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“Ninguém quer” acolher refugiados não ucranianos. “Não são brancos”

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Vitaliy Hrabar / EPA

Refugiados ucranianos na fronteira com a Polónia.

Refugiados ucranianos na fronteira com a Polónia.

Há cerca de 31 crianças e jovens que residiam na Ucrânia quando a guerra começou, mas que não são ucranianos, que ainda não conseguiram encontrar casa em Lisboa. “Ninguém os quer” porque “não são brancos”, diz a vereadora Laurinda Alves.

Estas declarações foram feitas pela vereadora dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa na última Assembleia Municipal, conforme cita o Jornal de Notícias (JN).

A responsável da autarquia da capital assume que “tem sido mais difícil” encontrar respostas para estes cidadãos não ucranianos que estão há quase um mês no Centro de Acolhimento de Emergência da Câmara de Lisboa. Habitualmente, o prazo médio de permanência neste local é de apenas sete dias.

O centro funciona no pavilhão desportivo da Polícia Municipal, na freguesia de Campolide, e tem tem actualmente 38 refugiados ucranianos e 31 oriundos de Índia, Marrocos, Argélia, Camarões, Costa de Marfim e Nigéria, entre outras nacionalidades.

Muitos destes jovens não ucranianos são estudantes universitários que frequentavam, na Ucrânia, cursos de Medicina, Finanças e Arquitectura, entre outros. São jovens “educadíssimos”, como nota Laurinda Alves, mas, apesar disso, não conseguem encontrar casa, nem emprego.

Assim, estão “há tempo demais, a dormir naquelas camas de burro”, lamenta ainda a vereadora da autarquia.

“É uma realidade muito difícil e não é só racismo. No imaginário comum, se dissermos “um marroquino, um argelino, um rapaz que vem da Costa do Marfim, um muçulmano”, as pessoas nem sempre sabem como é que hão-de acolher porque são de culturas diferentes e há um choque cultural“, aponta Laurinda Alves citada pelo JN.

ZAP //

9 Comments

  1. Não são ucranianos mas têm país, certo?
    Ou são de algum país em guerra?
    E, a vereadora que diz que “ninguém os quer porque não são brancos”, quantos acolheu na sua casa??

  2. Ora bem, se esse grupo estava a fazer cursos superiores na Ukrania, deduzo que tenham estabilidade nos seus países de origem. Faz sentido que, neste momento, a prioridade seja dada a pessoas que ficaram desalojadas e perderam tudo. Não faço ideia da actual situação, mas da forma como o artigo está escrito…

  3. Alguma vereadora do Bloco de esquerda a procura de sensacionalismo utilizando como de costume o chavão do racismo. ” Não são brancos” marroquinos e argelinos são Azuis ??? ou será que sendo eles muçulmanos e hindus de costumes muito diferentes dos nossos inclusive na alimentação, isso faça com que os portugueses tenho mais receios em os aceitar no meio da família. Já para não falar de não se entender e visto serem estudantes porque não regressam aos seus países de origem para a segurança dos seus lares.

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