Morte do então primeiro-ministro ocorreu há 44 anos. Recuperamos alguns dos momentos em que o seu nome apareceu nos últimos 4 anos.
Francisco Sá Carneiro morreu no dia 4 de Dezembro de 1980.
Completam-se nesta quarta-feira 44 anos desde a queda de avião mais famosa da história de Portugal: Sá Carneiro ia num avião com Adelino Amaro da Costa, Snu Abecassis, Maria Manuela Amaro da Costa e António Patrício Gouveia.
Sá Carneiro era primeiro-ministro, Amaro da Costa era ministro da Defesa. Morreram também as respectivas companheiras e o chefe de gabinete do primeiro-ministro.
O avião Cessna caiu em Camarate. Morreram todos. Incluindo os dois pilotos.
A investigação começou naquele dia e… ainda hoje há dúvidas. Há quem fale em acidente, e assunto encerrado; há quem garanta que foi um atentado – a Sá Carneiro ou a Amaro da Costa?
Nos 44 anos do seu falecimento no dia 4, recuperamos algumas menções a Sá Carneiro ao longo dos últimos 4 anos, que mostram como continua a ser mencionado, referência ou mesmo inspiração, dependendo do contexto.
Em 2020 estreou o filme Snu – que também passou na RTP – retrata a história romântica de Snu Abecassis e Francisco Sá Carneiro:
Em 2022, e numa altura em que Rishi Sunak se tinha tornado primeiro-ministro do Reino Unido, foi destacado o facto de os “baixinhos” dominarem parte da Europa: Sunak, Macron, Scholz, Putin e Zelenskyy. Ou, noutros tempos, Napoleão, Churchill e… Sá Carneiro.
No ano passado, quando Yevgeny Prigozhin morreu após a queda do avião onde seguia, foi quase imediato recordar Camarate.
Já no início deste ano, e repetindo uma sugestão de 2020, André Ventura citou Francisco Sá Carneiro: “Quero dizer-vos que sinto-me tão pronto hoje como sei que Sá Carneiro se sentia para ser primeiro-ministro em 1979. E estou tão pronto a dar a minha vida por este país. Como ele estava para transformar Portugal”.
Curiosamente, poucos dias depois, Rui Rio confessou que começou a ser militante do PSD para seguir Sá Carneiro: “Se o doutor Sá Carneiro tivesse ido para o Partido Socialista, eu ia para o Partido Socialista”.
Mais recentemente, no meio de uma discussão acesa sobre o 25 de Novembro, Francisco Assis (PS, ainda estava na Assembleia da República) disse que Bruno Vitorino (PSD) fez um “autêntico insulto à memória de Francisco Sá Carneiro“ – o deputado do PSD tinha dito, por exemplo, que só o 25 de Novembro é que “permitiu consolidar o caminho rumo a uma verdadeira democracia”, que o 25 de Abril só foi “consolidado” a 25 de Novembro e que “somos hoje livres” também por causa do 25 de Novembro.
Nesta quarta-feira, dia 4 de Dezembro, às 19h, o PSD e o CDS vão estar em duas missas evocativas de Francisco Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa e acompanhantes. Serão na Basílica da Estrela (Lisboa) e na Igreja Paroquial de Cristo Rei (Porto).
Não consigo entender o que é que Francisco Assis não entendeu das palavras do deputado social-democrata Bruno Vitorino, porque na realidade o 25 de Novembro é que “permitiu consolidar o caminho rumo a uma verdadeira democracia”, que o 25 de Abril só foi “consolidado” a 25 de Novembro e que “somos hoje livres” também por causa do 25 de Novembro.
Só a necessidade de aparecer e dizer alguma coisa é que justifica a tontice.
Não pode haver qualquer espécie de dúvidas; o 25 de Abril trouxe-nos a liberdade e o 25 de Novembro consolidou a democracia.