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Para o Bloco, a receita para “vencer a crise” sem austeridade resume-se a três linhas de ação

Luís Forra / Lusa

“Não é possível” nem “desejável” voltar à economia pré-pandemia, defendeu Catarina Martins nos três dias de conferências nas mais variadas áreas promovidas pelo Bloco de Esquerda.

O mote “Vencer a Crise” deu pano para mangas e as conclusões foram apresentada pela líder do partido no encerramento da conferência online. De acordo com o Expresso, há três “linhas de ação” que, para Catarina Martins, vão nortear o partido na resposta a esta crise desencadeada pelo novo coronavírus.

A primeira é a ideia de que não se pode “reconstruir a economia que tínhamos antes da pandemia”, porque não é “possível” voltar a assentar tanto no turismo de massas e não é “desejável” voltar a uma estrutura económica que não era “forte ou justa”.

A segunda linha de ação relaciona-se com o emprego, com o Bloco a defender a alteração e maior fiscalização da legislação laboral. A crise “mostrou os efeitos da lei da selva no mundo do trabalho” e pôs a nu a desproteção dos trabalhadores precários. “Finalmente, como ficou claro nestes dias, é urgente limitar horários e garantir direito à privacidade no teletrabalho.”

Por último, a terceira linha de ação: a crise veio também expor “a fragilidade dos serviços públicos essenciais”, que precisam de maior investimento. Mais do que uma ambição, é para o Bloco uma promessa por cumprir: “a habitação pública”, para que não haja “um regresso a um país de direitos frágeis”.

A intervenção de Catarina Martins terminou com a líder a afirmar que o Estado necessita de um investimento que “não se compadece com as regras dos tratados europeus” e que “obrigará à nacionalização de setores estratégicos”.

“O pior que poderíamos fazer, seria, por medo ou conformismo, cortar salários e pensões, transformando uma crise pandémica numa recessão sem fim, ou repetir a estratégia de nacionalizar prejuízos mantendo uma economia de desigualdades”, rematou.

ZAP //

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