Deputados do Chega envolvidos em imobiliárias: Ventura já deixou recado

José Coelho / LUSA

O presidente do Chega, André Ventura

Quatro deputados do Chega têm participações em imobiliárias: “Os deputados têm de se desvincular imediatamente”.

A revelação surgiu na semana passada, durante um debate na Assembleia da República: há deputados do Chega também envolvidos em imobiliárias.

André Ventura tinha dito que o facto de a família de Luís Montenegro ter uma empresa de compra e venda de imóveis é sinónimo de “suspeita de absoluta de corrupção”.

Mas, durante o debate, Hugo Soares, enquanto rejeitava qualquer conflito de interesses no caso do primeiro-ministro, perguntou a André Ventura quantos deputados tem na sua bancada com ligações ao setor do imobiliário.

O líder do Chega não respondeu. Aí, o líder parlamentar do PSD anunciou que ia entregar na mesa da Assembleia da República um documento em que “constam os nomes dos deputados do Chega” com interesses no ramo do imobiliário.

Os quatro deputados em causa são Filipe Melo, Pedro Pessanha, Felicidade Vital e José Dias Fernandes, segundo o Observador, que espreitou a lista em causa.

Destaca-se o caso de Filipe Melo que, além de também ser elemento da mesa da Assembleia da República, é o coordenador do grupo parlamentar do Chega na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação — onde se discutiu a chamada Lei dos Solos.

No mesmo dia, André Ventura avisou: “Se há conflitos de interesses têm de ser declarados e se há participações em casos de conflitos de interesses a participação tem de cessar. É isto que se exige para o Governo e para todos os deputados”.

Nesta segunda-feira, o líder do Chega foi novamente questionado sobre o assunto e reforçou: “Quando foi noticiado que deputados do Chega teriam participações imobiliárias, fiz imediatamente o seguinte: os deputados têm de se desvincular imediatamente de qualquer participação social ou têm que afastar toda a participação na lei dos solos ou em qualquer lei que tenha a ver com negócios imobiliários, com questões imobiliárias ou de terrenos”.

Repetindo que os quatro deputados em causa têm de deixar essas participações “o mais rapidamente possível”, o presidente do Chega disse que “só há dois caminhos: é cessarem as participações ou não terem participação, numa matéria que pode ser de conflito de interesses“.

André Ventura assegurou que Hugo Soares e até Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, também têm participações em imobiliárias.

“O deputado que diz que os outros deputados não deviam participar na Lei dos Solos porque têm imobiliárias, e com razão, é o mesmo que tem ele próprio uma imobiliária. O mesmo se passa com o presidente da Assembleia da República, que aparentemente, também é sócio de imobiliárias”, comentou Ventura, à margem de uma reunião na Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto.

ZAP //

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