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Rastreio generalizado nos lares “não é uma emergência”, diz DGS. Misericórdias apontam “urgência séria”

Pedro Sarmento Costa / Lusa

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que a realização de testes em lares de idosos obedece a um plano e não é uma emergência temporal, explicando que a grande prioridade é testar os casos suspeitos, deixando para segundo plano o teste nos trabalhadores assintomáticos.

“A nossa grande prioridade é num lar onde exista uma pessoa suspeita. Serão feitos testes de imediato, quer nos profissionais, como nos residentes. Ao mesmo tempo, está a ser feito um rastreio nas pessoas assintomáticas, a começar pelos trabalhadores desses lares. Esse rastreio obedece a um plano, não é uma emergência em termos de tempo”, afirmou a responsável em resposta à Rádio Renascença.

Os resultados desses testes, esclareceu, “indicam que a taxa de pessoas assintomáticas, e que foi submetida a um rastreio, não tem permitido encontrar muitas situações”.

“Está a ser desenvolvido um plano nacional, cada região com a sua própria dinâmica e método. O Ministério da Saúde assegura as situações que se considera suspeitos. Temos duas situações neste momento em vigor: uma de triagem e outra de diagnóstico”, referiu.

Como lembrou a Renascença, existem vários casos de idosos contagiados em lares de idosos, sobretudo no Norte do país. Até à semana passada, um total de 327 desses casos tinham morrido, o que representava 40% do total de casos fatais confirmados pelas autoridades de saúde portuguesas.

Na sexta-feira o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, avançou que mais de metade dos trabalhadores em lares de idosos já foram testados e 10% estão infetados.

Na segunda-feira, a ministra da Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse que o programa de testes à Covid-19 nos lares do país deverá ficar concluído dentro de três semanas, abrangendo 65 mil trabalhadores, mantendo-se depois em monitorização.

Misericórdias: é “urgência séria” testar em lares

Por sua vez, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, disse à Renascença que há uma dupla função nos testes à Covid-19, o que torna urgente a sua realização nos lares de idosos.

“Os testes têm aqui um sintoma e uma função que vai muito para além da questão científica de saber se a pessoa está ou não está infetada. Tem um outro valor que, neste momento, é porventura muito mais importante: a garantia que estamos a dar às pessoas, aos familiares das pessoas e, sobretudo, aos nossos colaboradores que vale a pena estarmos isolados”, afirmou.

“É por isso que consideramos uma urgência séria fazer testes em todos os lares”, frisou, respondendo, assim, à Diretora-Geral da Saúde.

Manuel Lemos continua a pedir aos provedores que enviem semanalmente dados sobre a situação relativa à pandemia dos lares que tutelam, informação que o responsável pretende tornar públicos para garantir mais apoios e equipamento.

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