Ricardo Araújo Pereira: “Estou farto disto, deste meta-Portugal”

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Miguel A. Lopes / Lusa

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, na comissão Parlamentar de Inquérito à TAP

Comentador cansado de tanta “hermenêutica” queria uma “dieta de literalidade” na política em Portugal.

O Dia de Portugal já tinha sido uma semana antes mas Ricardo Araújo Pereira recuperou o assunto.

No 10 de Junho, no Peso da Régua, o presidente da República deixou no ar um aparente ataque directo a João Galamba, ministro das Infraestruturas.

Mas sem nomear: “É preciso cortar ramos mortos que atingem a árvore toda”.

Costumamos associar a Ricardo Araújo Pereira a momentos de humor mas, desta vez, o comentador trouxe um tom diferente, na SIC Notícias.

As metáforas foram o seu alvo: “Se este discurso está relacionado com algum elemento do Governo, não faltará gente a dizer ‘Que coisa violentíssima: o ramo está morto, é preciso cortá-lo e isto e realmente reduzir uma pessoa a uma coisa do reino vegetal…’ E mal, porque dizem ramo quando ele (Galamba) é claramente um nabo”.

“Poderiam ter ido mais longe. O Galamba poderia ter respondido: ‘Eu não sou um ramo morto; o caruncho de Belém, que é um caruncho que há agora, está a tentar corroer-me mas eu vou fazer aqui um tratamento; se calhar ainda me envernizo para ver se isto passa”.

E depois a sua reacção a tanta figura de estilo: “Achei cansativo. Quando o Galamba diz: ‘Eu não vou fazer hermenêutica…’ Haja alguém! Porque o resto dos portugueses não tem feito outra coisa. Portugal parece um exame de Português do 8.º ano: ‘Comente o seguinte texto – o que eles querem dizer com isto, na CPI? Ou agora nisto do ramo morto?'”

“Estou farto de hermenêuticas. Estou um bocado cansado deste meta-Portugal (palavra dita por João Miguel Tavares, entretanto). Sinceramente, estou muito farto“, lamentou o comentador.

Ricardo Araújo Pereira quer uma pausa neste tom indirecto: “Gostava que tivéssemos um mês de declarações literais. Faríamos uma dieta de figuras de estilo. Durante um mês seriam só declarações literais: é sobre o Galamba? É sim senhor. Uma dieta de literalidade”.

Pedro Mexia limitou-se a concordar completamente com o colega de painel e resumiu: “Os discursos políticos ganhariam em ser denotativos“.

João Miguel Tavares não tem dúvidas sobre o destinatário desse momento do discurso de Marcelo: “É evidente que ele sabia – porque não é propriamente ingénuo – que, se falasse sobre uma árvore e que é preciso cortar ramos mortos, claro que é João Ramo Morto Galamba”.

E João deixa uma previsão sobre a carreira do ministro das Infraestruturas: “João Galamba vai manter-se no Governo durante muito mais tempo do que as pessoas pensam. Se saísse agora, ele ficaria com a carreira completamente queimada”.

ZAP //

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7 Comments

  1. Deixei se acompanhar o RAP desde que se meteu na polícia, mas se bem me lembro ele era apoiante deste partido.
    Mais governo = mais corrupção.
    Pode ser que um dia ele atinja essa conclusão.

  2. O que é que não perceberam do artigo??
    E a tal dieta de innunendo, figuras de estilo e indirectas???
    Porque é que não dizem:
    – “O Ricardo Araújo Pereira é conhecido por ser simpatizante do Bloco de Esquerda”

    Quanto a andar metido na ‘Política’. isso, meus senhores, andamos todos, quer queiramos quer não.

  3. Mentiroso!!!
    Nunca tiveste tantas fontes para te inspirares, mano!!!
    Deves é estar a entrar em parafuso com a demasiada quantidade, todas as semanas, dias, horas, minutos… yahh!!! Na gostaria de tar no teu lugar… nem deves saber por onde começar, né?
    Mas entendo… não consegues variar de tema!!!
    Espera que qdo retomares o teu programa, o Costinha já deve estar a imitar o Duráozito… boa sorte bacano!!!

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