Para já, são apenas “mudanças geopolíticas” e o “risco nuclear está excluído”, garante o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Preocupado, mas calmo. O ministro dos Negócios Estrangeiros, que esta quarta-feira ordenou o “encerramento temporário” da embaixada portuguesa em Kiev perante os avisos dos EUA de “ameaça de um ataque aéreo significativo”, acredita que a Rússia não irá transformar o conflito na Ucrânia numa guerra nuclear.
“Estamos com alguma confiança de que esse passo não será dado“, disse Paulo Rangel em entrevista à RTP 3 esta quarta-feira: “o risco nuclear está excluído”.
“O conflito está numa altura de grande tensão, há mudanças geopolíticas, mas julgamos que o risco nuclear estará excluído, porque a própria Federação Russa terá noção de que, isso seria um passo de tal maneira grave que criaria um conflito de outro tipo“, disse ainda o ministro.
No entanto, reconheceu que a alteração do protocolo nuclear russo, assinado pelo presidente russo Vladimir Putin esta terça-feira e que prevê o uso alargado de armas nucleares, é “um ponto que nos preocupa” e que merece “grande censura e crítica”.
O anúncio deste alargamento por parte do Kremlin chegou apenas dois dias depois de os EUA autorizarem a Ucrânia a atacar solo russo com mísseis de longo alcance.
Kiev apressou-se a aproveitar a autorização norte-americana: horas depois, fez o seu primeiro ataque com mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA.
O mais recente encerramento da embaixada portuguesa em Kiev — algo que acontece “repetidamente” — é “temporário”, sublinhou ainda Paulo Rangel. Esta quinta-feira, a embaixada norte-americana em Kiev já retomou funcionamento.
A decisão foi tomada em consulta com os aliados, perante uma “situação grave” vivida atualmente no sistema geopolítico, confessa o ministro.