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Rangel e Galante ficam em silêncio (e pedem mais tempo para consultar processo)

António Pedro Santos / Lusa

A juíza desembargadora Fátima Galante (D), acompanhada pelo seu advogado (E)

Os juízes desembargadores recusaram-se, esta quinta-feira, a ser interrogados no Supremo Tribunal de Justiça, alegando que precisam de mais tempo para consultar o processo em que são ambos arguidos.

João Nabais, advogado de Rui Rangel, afirmou aos jornalistas que o Ministério Público vai apresentar a sua posição em relação a esta questão na sexta-feira, às 10h00.

O primeiro dia das audições aos juízes desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa terminou pouco antes das 16h00 sem que os dois arguidos tenham prestado declarações.

Em declarações anteriores aos jornalistas, o advogado já tinha avançado que a defesa tinha suscitado “um conjunto de questões procedimentais que tem a ver com acesso de documentos e prazos”.

João Nabais sublinhou que “os indícios estão suportados em elementos de prova que são vastíssimos”, por isso a defesa do juiz desembargador quer ter “o máximo acesso a esses elementos”.

Tudo isto é terreno novo. Não é normal haver inquéritos e instrução no Supremo”, observou ainda, afirmando que as defesas de Fátima Galante e de Rui Rangel estão concertadas.

Os dois juízes desembargadores no Tribunal da Relação de Lisboa estão indiciados por corrupção/recebimento indevido de vantagens, branqueamento, tráfico de influência e fraude fiscal.

A “Operação Lex” tem pelo menos outros dez arguidos, entre os quais o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube, Fernando Tavares, e o ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, João Rodrigues.

Cinco dos arguidos que se encontravam detidos já foram ouvidos no Supremo Tribunal de Justiça, tendo saído todos em liberdade, e um deles pagou uma caução de 25 mil euros.

Na operação, desencadeada a 30 de janeiro, foram realizadas 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, nomeadamente ao Sport Lisboa e Benfica, às casas de Luís Filipe Vieira e dos dois juízes e a três escritórios de advogados.

ZAP // Lusa

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