Rui Tavares vai ter companhia na Assembleia da República. O Livre conseguiu eleger quatro deputados nestas legislativas de 2024. Mas quem são, afinal, as novas caras do partido?
Após ter somado 199.888 votos (3,26%), quase triplicando o resultado obtido em 2022, o Livre tem, pela primeira vez, um grupo parlamentar, conseguindo alcançar o objectivo que tinha definido para estas eleições. Elegeu quatro deputados para a Assembleia da República, dois em Lisboa, um no Porto e outro em Setúbal.
O partido entrou, pela primeira vez, no Parlamento, em 2019, com a eleição da deputada Joacine Katar Moreira, com 1,09% da votação (57.172 votos). Mas o Livre e a deputada acabaram por entrar em diferendo e a historiadora passou a independente, acabando por se desfiliar do partido.
Em 2022, Rui Tavares foi eleito como deputado único do Livre, subindo a votação relativamente a 2019, com 71.196 votos.
Mas, agora, o líder do partido que se define como de “Esquerda verde e progressista”, tem companhia no Parlamento.
A eleição de @Isabel_ml_, @ruitavares, @jopintopt e @paulovmuacho demonstrou-nos que há espaço para um partido de esquerda, verde e europeísta em Portugal como o LIVRE.
Com uma visão de futuro, estamos unidos e unidas para combater o extremismo! pic.twitter.com/bUAIrIEHgs
— LIVRE (@LIVREpt) March 11, 2024
Quem são, afinal, os novos deputados do Livre?
Isabel Mendes Lopes
Eleita por Lisboa como número dois da lista encabeçada por Rui Tavares, Isabel Mendes Lopes já era deputada pelo Livre na Assembleia Municipal de Lisboa.
Esta Engenheira Civil de 41 anos, especializada em transportes e mobilidade, assume-se como “contadora de histórias” no seu perfil na rede social X, o antigo Twitter.
Lisboeta de gema, é “apaixonada por livros infantis” e defende as quotas para as mulheres na política.
No seu perfil traçado no site do Livre, nota que vive “inquieta” com os diversos problemas que afectam o nosso país e o mundo, sublinhando que encontrou no partido um “meio de lutar” contra eles.
Na sua candidatura a deputada, no âmbito destas legislativas de 2024, apostava em melhorar “a qualidade de vida das pessoas”. Para isso, falava em promover “políticas de proximidade e de acesso à habitação, reabilitando as casas para que ninguém passe frio ou calor, promovendo os espaços verdes nas cidades, garantindo transportes públicos e mobilidade sustentável”, investindo na educação, formação, no emprego qualificado e na saúde, e “reduzindo os horários de trabalho”.
Depois de ser eleita, destacou a “honra” por “poder servir o país” e manifestou a “angústia” pela “dimensão que a bancada da extrema-direita terá“, apelando a “progressistas e democratas” para trabalharem “juntos para impedir que o ódio e a divisão alastrem no país”.
É uma honra poder servir o país. Muito obrigada a todas as pessoas que confiaram o seu voto ao @LIVREpt.
É uma angústia saber a dimensão que a bancada da extrema-direita terá. Progressistas e democratas terão de trabalhar juntos para impedir q o ódio e a divisão alastrem no país.— Isabel Mendes Lopes (@Isabel_ml_) March 11, 2024
Jorge Pinto
Eleito no círculo eleitoral do Porto, Jorge Pinto tem 36 anos e é um Engenheiro do Ambiente com um doutoramento em Filosofia Social e Política.
Foi um dos co-fundadores do Livre em 2014, e é natural de Amarante, “da parte mais desfavorecida do distrito do Porto”, conforme contou numa entrevista ao jornal A Verdade.
É emigrante desde 2008, “com passagens mais ou menos longas por Lituânia, Índia, França, Itália e Bruxelas”, onde mora desde 2012, como se refere no seu perfil no site do Livre.
No Twitter diz que é um “utopista nas horas vagas“, “republicano e ecologista”, além de ser fã de Albert Camus (1913-1960), escritor, filósofo e jornalista francês, premiado com o Nobel da Literatura em 1957, que fez parte da Resistência Francesa contra os nazis durante a II Guerra Mundial.
Jorge Pinto é também co-autor do livro “Rendimento Básico Incondicional – Uma defesa da liberdade” (2019) que venceu o Prémio Ensaio de Filosofia 2019 da Sociedade Portuguesa de Filosofia, e é co-autor das bandas desenhadas “Amadeo” (2018), “Liberdade Incondicional 2049” (2019) e “Tempo” (2024).
Pequena pausa na política para dizer que estaremos a apresentar o “Tempo” hoje, em Braga. Apareçam! pic.twitter.com/Yuta6ziphv
— Jorge Pinto (@jopintopt) March 12, 2024
Enquanto representante do norte no grupo parlamentar do Livre, Jorge Pinto vai ter como bandeira a regionalização. “O país não pode esperar mais, porque questões como a saúde, habitação e educação teriam sido resolvidas de forma muto mais célere e adequada se as regiões já fossem uma realidade”, apontou na referida entrevista ao A Verdade.
Paulo Muacho
Eleito por Setúbal, Paulo Muacho é um advogado natural do Alentejo que cresceu na margem sul, no Seixal, e que vive em Lisboa. No site do partido Livre diz que é da “geração Eramus” e que, por isso, é “europeísta, de esquerda, mas também federalista”.
É assessor de Rui Tavares como coordenador de equipa no gabinete do vereador do Livre na Câmara de Lisboa e interessa-se, sobretudo, por temas como a abertura e a inclusão, a transparência e a integridade.
Durante a campanha vincou o seu compromisso para com os direitos LGBTQIA+, com a igualdade de género e com a eliminação de desigualdades sociais.
Na sua candidatura a deputado, realçava o desejo de ajudar a construir “uma cidade mais justa e solidária”, “onde cabem todos” – “Ricos, pobres e classe média. Turistas e refugiados. Residentes e trabalhadores pendulares”.
Referia ainda a “preocupação com as questões ecológicas e com o início de um ambicioso processo de descarbonização de Lisboa“.
Depois de ser eleito como deputado nas legislativas de domingo, prometeu no Twitter que vai “lutar por mais justiça social, justiça ambiental e mais democracia“.
Uma noite histórica para o @LIVREpt. O LIVRE elegeu pela primeira vez no distrito de Setúbal. Um resultado que só aumenta a nossa responsabilidade e a nossa vontade de representar os nossos concidadãos e lutar por mais justiça social, justiça ambiental e mais democracia. pic.twitter.com/zRHP1TRxSQ
— Paulo Muacho (@paulovmuacho) March 12, 2024
Só espero que deixem as crianças em paz e não venham com tretas de indologia de género, as crianças têm o seu tempo de saber o que hão-de fazer á sua pilinha e ao seu pipi.
Eu também espero que as crianças aprendam a escrever um bocadinho melhor do que a miséria que se vê por aqui e que não sejam “Inducadas” por gente retrógrada…
É desconcertante ver que o meu comentário desapareceu.