Um crítico de arte expressou dúvidas sobre a autoria da pintura Salvator Mundi que, logo após ter sido atribuída a Leonardo da Vinci, tornou-se a obra de arte mais cara já leiloada e objeto de maior apreço em menos tempo de história.
O autor Ben Lewis disse que a pintura não foi aclamada como uma obra do mestre italiano consensualmente quando foi examinada por um painel de especialistas anos antes de 2017, quando um príncipe saudita a comprou por mais de 450 milhões de dólares.
De acordo com o The Times, o crítico de arte fez estas declarações no seu recente livro “The Last Leonardo”, cujo título é também o chamado “Salvator Mundi”, por ser a última pintura atribuída a Da Vinci.
Pintada por volta do ano 1500, esta pintura a óleo de nogueira com 45,4 por 65,6 centímetros é considerada a primeira descoberta de uma pintura do famoso pintor florentino desde 1909, a única das suas pinturas em mãos privadas e uma das poucas 20 pinturas a óleo de Da Vinci que estão preservadas até à atualidade.
Lewis afirma que cinco historiadores da arte reviram a pintura em 2008, três anos depois de ter sido descoberta, mas apenas dois determinaram que fosse autêntica. Um deles assegurou que era falso e os dois restantes abstiveram-se de emitir qualquer conclusão.
Segundo o crítica de arte, esta avaliação foi solicitada pela National Gallery of London, que, apesar das dúvidas dos estudiosos, incluiu Salvator Mundi numa exposição em 2011, na qual foi descrita como uma obra de Da Vinci feita sem ajuda dos seus assistentes.
Dada esta indicação, a galeria britânica disse ao The Times que faz sempre “uma consideração cuidadosa antes de incluir qualquer quadro numa exposição”.
Esta não é a primeira vez que especialistas expressam dúvidas sobre estas imagem. Os críticos opinaram que poderia ser um trabalho conjunto: as mãos de Cristo e da esfera cristalina seriam claramente obra de Leonardo, mas uma parte considerável da pintura poderia ser do seu discípulo Giovanni Boltraffio.