Sanções aplicadas à Rússia desde Fevereiro não são revertidas e Kremlin está com problemas, acreditam os EUA. Mas há quem discorde.
Desde os primeiros dias da guerra na Ucrânia, no final de Fevereiro de 2022, que as sanções à Rússia se multiplicaram.
Houve dias em que surgia uma nova sanção, em qualquer ponto do planeta, quase em cada minuto que passava.
Política, cultura, desporto e, sobretudo, economia. Todos estes sectores – e mais alguns – foram afectados.
As sanções económicas, incluindo na importação de gás e combustíveis provenientes da Rússia, mexem com a economia local – apesar de as autoridades russas assegurarem que está tudo controlado e que serão os outros países a sair mais prejudicados destes boicotes.
O portal Pravda avança nesta sexta-feira que as sanções do Ocidente estão realmente a criar impactos na economia da Rússia.
E, por isso, o Kremlin está com falta de fundos para prolongar a guerra na Ucrânia, acreditam os Estados Unidos da América.
O coordenador da política de sanções dos EUA estima que a Rússia já terá 300 mil milhões de dólares congelados, nesta altura. E com despesas de 330 mil milhões de euros.
O responsável norte-americano acredita que a Rússia está com dificuldades em importar e em produzir materiais de guerra.
E prevê que a economia da Rússia vai “encolher” 16% nos próximos anos e 20% até 2030, cita a rádio Observador.
Outras perspectivas
Mas há análises e previsões que se afastam desta previsão de o Governo russo estar a ficar sem dinheiro para a guerra.
No canal Al Jazeera, Sergey Aleksashenko avisou há poucos dias que, apesar das sanções e dos grandes desafios que a economia russa enfrenta, “infelizmente” a Rússia continua a ter dinheiro para a “agressão” na Ucrânia.
E deu o exemplo mais mediático e mais forte: o da Gazprom. É certo que as exportações desceram muito mas, por outro lado, os preços dos combustíveis e do gás natural aumentaram muito, nos negócios que a Rússia manteve e que criou entretanto.
Foram lucros inesperados e, em determinado momento, os preços da gasolina chegaram a subir 460%, comparando com o ano anterior.
As receitas da Gazprom subiram tanto, ao ponto de o Kremlin introduzir um imposto temporário sobre esses lucros: entre Setembro e Novembro, mais de 19 mil milhões de euros entraram nos cofres do Estado por causa desse imposto.
No geral, nos primeiros 10 meses de 2022, a Rússia registou um aumento de 34% nas receitas orçamentais de produção e exportação de hidrocarbonetos, em comparação com 2021.
Refira-se que Sergey Aleksashenko foi ministro das Finanças da Rússia.
A análise do Instituto Kennan, do Woodrow Wilson International Center for Scholars, alarga a previsão: Vladimir Putin tem dinheiro para mais um ano ou um ano e meio de guerra.
E isto já vem de trás: ao longo do século XXI, o presidente da Rússia – e o próprio país – tem sido um dos maiores beneficiários da subida do preço dos combustíveis.
Além disso, o investimento militar subiu 700% na “era” Putin, desde 2000. Isto enquanto mais de 20 milhões de russos vivem sob o limiar da pobreza. Educação, saúde, infraestruturas, subsídios sociais… Todos estes sectores já sofreram cortes. A Defesa nacional nunca.
Mas, no geral, o anunciado colapso da economia e da qualidade de vida na Rússia, aparentemente, não aconteceu, defende o artigo.
Até ao início de 2024 não deve faltar dinheiro. A partir daí, o cenário complica-se para o Kremlin.
Eu empresto-lhe dinheiro para ele comprar uma corda.
Quando acabam os misseis?
O que será maior: a estupidez ou a má-fé?…
Engraçado dizerem que o dinheiro está a acabar, mas os misseis não param e são cada vez mais…