Vladimir Putin assinou, esta segunda-feira, uma lei que formaliza a saída da Rússia do Tratado “Céus Abertos”, um pacto internacional que permite voos de vigilância sobre instalações militares de outros membros. A decisão acontece após a saída dos Estados Unidos.
O Presidente russo, Vladimir Putin, promulgou na segunda-feira a lei sobre a retirada da Rússia do Tratado de vigilância militar “Céus Abertos”, na sequência da saída dos Estados Unidos do acordo.
A saída da Rússia do tratado entra em vigor seis meses após a assinatura de Putin.
Segundo o The Moscow Times, a publicação do texto no portal legislativo oficial russo ocorre a pouco mais de uma semana da primeira cimeira entre Putin e o chefe de Estado norte-americano, Joe Biden. O encontro entre os dois presidentes está marcado para 16 de junho, em Genebra, Suíça.
O ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou Moscovo de não respeitar o tratado para justificar o abandono do acordo, que permite voos de observação a atividades militares dos Estados membros. No final de maio, Joe Biden validou a decisão da administração anterior.
Moscovo recusa-se a permanecer no tratado porque considera que outros países signatários, nomeadamente Estados europeus e o Canadá que integram a Aliança Atlântica, iriam transmitir a Washington informações sobre a Rússia.
O acordo, em vigor desde 2002, permite aos Estados-membros sobrevoarem qualquer parte dos territórios dos outros países que integram o acordo e fotografarem o solo (desde Vancouver, nos Estados Unidos, a Vladivostoque, na Rússia) para se assegurarem de que vizinhos e rivais não preparam ataques militares.
O Tratado “Céus Abertos” é um dos vários diferendos entre a Rússia e os Estados Unidos a par das questões relacionadas com os ataques informáticos russos e assuntos sobre direitos humanos na Rússia.
Na sexta-feira passada, Putin disse que pretende encontrar uma forma de melhorar as relações com Joe Biden no encontro de Genebra.
ZAP // Lusa