Polícias do Porto com processo disciplinar por não terem detido segurança

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José Coelho / Lusa

Nicol Quinayas, cidadã agredida por um segurança da 2045, empresa contratada pela STCP

Em causa estará a suspeita de violação do dever de zelo pelo facto de os dois agentes da PSP não terem detido o segurança em flagrante delito, nem perguntado à vítima se queria apresentar queixa.

Segundo o Público, o Núcleo de Deontologia do Comando da PSP do Porto abriu um processo disciplinar aos dois agentes que se deslocaram ao local onde Nicol Quinayas estava a ser agredida por um segurança da empresa 2045, na noite de São João.

O jornal escreve que estará em causa a suspeita de violação do dever de zelo pelo facto de os dois polícias não terem detido o segurança em flagrante delito, nem perguntado à vítima se queria apresentar queixa.

Além disso, está também a ser investigado o facto de os agentes terem registado em auto de notícia a agressão à jovem apenas três dias depois da ocorrência e já depois de a jovem ter feito queixa pessoalmente na esquadra.

Na altura, a Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um processo para esclarecer junto da PSP o caso e agora, em confirmação ao diário, está a “monotorizar” o processo disciplinar da PSP. O Ministério Público também abriu um inquérito para investigar o caso.

A jovem de 21 anos, nascida na Colômbia mas a viver em Portugal desde criança, já foi ouvida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) e o caso está em segredo de justiça, pelo que não pode comentar.

No entanto, no passado dia 5 de julho, Nicol juntou-se a outras dezenas de pessoas, em frente à sede da STCP, para dizer “basta” ao racismo e à discriminação. Aos jornalistas, a jovem afirmou que não quer que o segurança seja despedido, apenas que “não volte a exercer funções destas porque vivenciar o que vivenciei é horrível”.

Entretanto, o Diário de Notícias confrontou a PSP do Porto com a notícia do Público, que recusou dizer se o processo existe, embora também não desminta. Questionada pelo DN, a Direção Nacional da PSP remeteu para o Comando Metropolitano do Porto, que por sua vez remeteu para a Direção Nacional, a qual acabaria por responder, por escrito e quatro horas depois, sem esclarecer nenhuma das questões.

“Relativamente ao assunto referido, foram desencadeados os procedimentos adequados, quer ao nível judicial, através de comunicação ao Ministério Público, quer interno, através da abertura de processo de averiguações, de acordo com os princípios e normas legal e constitucionalmente consagrados”.

Além disso, o mesmo jornal avança que a jovem ainda não foi ouvida nem pela PSP nem pela Inspeção-Geral da Administração Interna.

Atualização (20/07/2018 – 12h20):
Notícia atualizada com as informações apuradas pelo Diário de Notícias.

ZAP //

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6 Comments

    • Ah?!
      Não foi “aplicado” NADA!!
      Como se lê na noticia, foi aberto um processo disciplinar.
      Mas, porque razão haveriam de deter o segurança?!
      Flagrante e delito?
      Qual delito?

  1. O que o jornal Público não diz é que a agredida tentou passar à frente de toda a gente que estava na fila e insultou e agrediu o segurança. Porque se relatassem que o segurança reagiu a uma agressão e a vários insultos, a agenda destes polícias do multiculturalismo ficava manchada.
    Vergonha de jornalismo.

  2. Se, como parece ter sido, o segurança reagiu a insultos, agressões e cuspidelas na cara, embora a sua reacção tenha sido muito desproporcionada,c ai por terra o argumento que leva a acusar o segurança de racismo.
    Isto deveria ter sido apurado, até porque várias testemunhas afirmaram que a menina estava bêbada, tentou passar à frente da fila, insultou, cuspiu na cara e agrediu o segurança. E se aconteceu assim, onde está aqui o racismo? Porque raio é que fazem uma notícia com base apenas nos relatos das amigas da vítima? Isto é jornalismo sério?

    • Caro senhor,
      Lamentavelmente, não tivemos acesso às fotografias das feridas e cicatrizes que o segurança ostentava após as bárbaras agressões de que foi vítima, nem pudemos recolher o seu depoimento acerca dos ferimentos na sua dignidade após os insultos que lhe foram dirigidos.
      Caso o segurança as tivesse facultado, e mostrado a cara, ter-lhe-íamos dado concerteza o mesmo tratamento e atenção que demos à sua violenta agressora.
      Assim sendo, resta-nos manifestar a nossa própria indignação e repulsa, em nosso nome e no nome da fonte que citamos, pelo seu insulto ao jornalismo. Isso, sim, é uma vergonha.
      E como resposta a esse insulto, chega-nos. Não vamos reagir desproporcionalmente.

      • Caros senhores

        Deve haver aqui algum lapso. Não perceberam minimamente as minhas críticas e, obviamente não aceitam críticas.
        Vamos por partes e vou tentar explicar de forma clara a ver se percebem: Um segurança ao ver esta menina bem comportada, de repente insultou a menina e espancou-a, assim sem mais nem menos. Apenas porque lhe apeteceu e porque não gosta de “pretas”. Portanto, para vocês foi isto que aconteceu, certo?
        Não estou a defender a agressão desproporcional encetada pelo segurança- Ele deveria ter formação para reagir com calma e profissionalismo. Mas também não embarco na vossa agenda de afirmar que a agressão aconteceu apenas e somente porque o segurança é racista.
        E depois ficam indignados por ter afirmado que isso é jornalismo de sarjeta.

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