António Cotrim / Lusa

Esta semana, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Ordem dos Médicos alertou para o facto de a utilização de viseiras de proteção não dispensa o uso de máscaras comunitárias. Apesar disso, a PSP vai continuar a usar viseiras como método prioritário de proteção.
De acordo com o semanário Expresso, “as opiniões tornadas públicas, contra o uso isolado das viseiras, não levaram em linha de conta a importante distinção entre ambiente fora e dentro do ambiente hospitalar”.
Para a PSP, “fora do ambiente hospitalar, o novo coronavírus não tem a capacidade de se propagar de forma autónoma pelo ar”, mas “apenas por intermédio das gotículas provocadas por espirros ou tosse, numa distância limitada, caindo depois ao solo, sem a capacidade física de contornar a viseira”.
A PSP só recomenda aos seus operacionais que usem máscara e viseira quando tiverem de trabalhar em hospitais, porque “em ambiente hospitalar o novo coronavírus apenas tem a capacidade de se propagar pelo ar se e quando associado à difusão de aerossóis”.
Além disso, a polícia optou pelas viseira para que as pessoas possam ver a cara dos polícias. “É mais empático”, disse uma fonte policial ao semanário.
Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, não concorda e já pediu ao Governo para alterar a lei que põe as máscaras e viseiras ao mesmo nível. “O nível de proteção não é o mesmo, como está cientificamente demonstrado, e as forças de segurança deviam fazer como os médicos e usar viseira e máscara em todos os locais públicos”, mesmo “fora dos hospitais”.
Segundo o bastonário, a máscara protege “as mucosas oculares, impedindo o contágio”, mas não é eficaz “para proteção dos espirros, que é a principal forma de contágio do vírus”.
Segundo o Expresso, a direção nacional da PSP pediu indicações ao Ministério da Administração Interna para saber se o plano de contingência terá de ser alterado para adotar a máscara como meio primordial de proteção.
Pelo menos para já, a PSP vai continuar a privilegiar apenas o uso das viseiras como método de proteção.
Não terá qualquer problema em os agentes só usarem viseira. Bem como poderíamos ser abordados em apenas abrirmos um centímetro do vidro do carro para se poder ouvir o agente falar e vice versa. E mostrar-se os documentos, encostando-os bem ao vidro, para os agentes poderem ver, e até fotografar.
Já fui verificado dessa maneira, e foi a em que me senti mais seguro.
Em nada o agente tocou dos meus documentos, e tudo ele conseguiu ver bem.
E autorizo a que se fotografe.
Assim a segurança seria máxima, mesmo sem mascara de ambos os lados.