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PSD vai abster-se na votação final global e viabiliza Orçamento Suplementar

Manuel de Almeida / Lusa

O PSD vai manter a abstenção na sexta-feira na votação final global do Orçamento Suplementar, tal como fez na generalidade, o que significa a viabilização do documento.

“Não vemos razões, pela forma como decorreu a discussão na especialidade, para o PSD mudar o sentido de voto de abstenção”, disse à Lusa o presidente social-democrata Rui Rio.

No dia da votação na generalidade, o líder do PSD já tinha admitido que dificilmente o partido mudaria o seu sentido de voto.

“Só se houvesse uma alteração profundíssima é que alterávamos o sentido de voto, penso que não vai haver uma alteração profundíssima, o diploma vai para a votação final mais ou menos parecido”, disse.

Rio afirmou por várias vezes que o partido iria analisar o Orçamento Suplementar com vontade de “ajudar”, salientando que faria depender o voto não da “aceitação desta ou daquela medida”, mas da avaliação se o documento responde às necessidades do país até final do ano face às consequências da pandemia de covid-19.

O PCP anunciou esta quinta-feira que vai votar contra o Orçamento Suplementar na votação final global agendada para sexta-feira na Assembleia da República, depois de se ter abstido na votação na generalidade.

Esta é a primeira vez, em cinco anos, que o PCP vota contra um orçamento do Governo minoritário do PS, depois de ter ajudado a viabilizar todos Orçamentos do Estado desde 2016.

O PEV também vai votar contra o Orçamento Suplementar em votação final global depois de se ter abstido na generalidade, anunciou hoje o partido, justificando que a versão final do documento não reflete o que tem “vindo a reivindicar”.

“A versão final do documento acaba por não refletir o que temos vindo a reivindicar e, perante a expectativa de reverter algumas situações para que não fossem os do costume a pagar e que até são os mais fragilizados com a pandemia, constatamos que não houve essa disponibilidade por parte do PS”, refere o Partido Ecologista “Os Verdes” numa nota enviada às redações.

Em 17 de junho, a proposta do Governo de Orçamento Suplementar para 2020 foi aprovada na generalidade apenas com os votos contra de CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal, que representam sete dos 230 deputados.

Na generalidade, só a bancada do PS votou a favor, mas PSD, BE, PCP, PAN, PEV e a deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira, abstiveram-se na votação do documento, que se destina a responder às consequências económicas e sociais provocadas pela pandemia de covid-19.

O BE vai manter a abstenção na votação final global do Orçamento Suplementar, considerando “tanto os avanços alcançados como as votações convergentes de PS e PSD que impediram alterações mais substanciais na especialidade”, avançou à Lusa fonte oficial do partido.

“Na sequência da decisão da Mesa Nacional, considerando tanto os avanços alcançados como as votações convergentes de PS e PSD que impediram alterações mais substanciais na especialidade do Orçamento Suplementar, o Bloco de Esquerda manterá o sentido de voto na votação final global”, adiantou à Lusa fonte oficial do partido.

No mesmo sentido, o PAN vai abster-se na votação final global do Orçamento Suplementar, mantendo o sentido de voto da generalidade, e justificou que o documento não dá “as respostas todas”.

“Porque, de facto, entendemos que este orçamento, de uma forma geral, vem dar respostas, mas não vem ainda dar as respostas todas, o PAN abster-se-á nesta votação final global”, afirmou a deputada Bebiana Cunha.

ZAP // Lusa

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