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PSD não cede “um milímetro” de espaço ao PAN

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Manuel de Almeida / Lusa

Os trabalhos estão prestes a arrancar no Parlamento, mas ainda se discutem lugares no hemiciclo. Depois de o CDS, agora é o PSD a rejeitar ceder ao PAN parte do espaço que tem ocupado nos gabinetes da direção parlamentar.

O PAN tem ocupado um espaço mais longe do hemiciclo, perto da Sala do Senado mas pela distribuição agora definida passaria a ocupar uma sala no corredor do PSD.

De acordo com a súmula da conferência de líderes, o deputado André Silva lembrou, de acordo com a TSF, que tendo em conta que os trabalhos começam esta sexta-feira “seria importante deixar resolvida a questão da distribuição dos espaços de trabalho”.

Porém, o PSD não aceita ceder “um milímetro” do espaço que agora ocupa. Fernando Negrão referiu na reunião que houve uma “má interpretação da posição do seu grupo parlamentar” sobre a decisão do Grupo de Trabalho que reorganizou o espaço dos gabinetes e que os social-democratas “não poderiam ceder no seu espaço qualquer milímetro suplementar ao futuro grupo parlamentar do do PAN”.

O PSD entende que “há outros grupos parlamentares com perdas maiores, devendo ser esses acederem espaço a quem o necessitar, e não o PSD”.

Já o deputado socialista Pedro Delgado Alves referiu que estão em causa os mesmos 230 deputados, mas numa diferente configuração, com mais deputados únicos. Segundo o mesmo deputado, o Secretário-Geral encontrou uma solução, que “estará disponível dentro de um mês e meio, mal estejam concluídas as obras“.

Todos os outros partidos concordaram com a proposta do Grupo de Trabalho consideraram “equilibrada”. Telmo Correia do CDS referiu que “quem reduz o número de Deputados, deve ceder espaço e não propriamente abandonar os seus espaços tradicionais no Palácio de São Bento”. O CDS viu reduzida a sua representação de 19 para cinco deputados nestas eleições legislativas.

O PSD tentou que fosse marcada nova reunião do Grupo de Trabalho “para dirimir o problema” e disse não perceber o motivo de todos os partidos “empurrarem o PAN para o espaço do PSD”. Porém, o Presidente Ferro Rodrigues apelou à compreensão de todos para ter de se avançar aceitando o decidido por maioria.

A distribuição dos lugares no Parlamento tem sido alvo de críticas de várias frentes. O CDS disse não querer o líder do Chega no meio dos seus deputados. A solução poderia mesmo passar por abrir uma porta especial para o deputado. Ventura reagiu a esta proposta, comentando ser “ridículo”. “Acho ridículo que seja feitas obras, portas ou não. Gastar-se dinheiro só porque os deputados do CDS não se querem levantar para dar passagem. Isto é querer humilhar o Chega uma vez mais”, acrescentou o deputado.

Por outro lado, Ferro Rodrigues disse aos líderes parlamentares que o Secretário-Geral informou que “o Palácio de São Bento é um edifício classificado e, nessa medida, qualquer intervenção no mesmo está sujeita a parecer prévio da Direção-Geral do Património Cultural, não podendo ser feita a obra suscitada nas bancadas sem parecer favorável.”

André Ventura, do Chega, vai sentar-se o mais à direita possível do hemiciclo, na segunda fila, isto porque os deputados únicos não têm assento na primeira fila. O mesmo acontece com Joacine Katar Moreira, do Livre, que se sentará na segunda fila, entre o PCP e o PS, e com João Cotrim Figueiredo, do Iniciativa Liberal, que se vai senta na segunda fila, ao lado do PSD e do CDS.

O Partido Ecologista Os Verdes consegue chegar à primeira fila, estatuto só atribuído aos grupos parlamentares. Na primeira fila entra também o PAN (dois deputados na primeira e dois na segunda), mantendo a posição que teve na legislatura anterior, entre o PS e o PSD.

Já o Bloco de Esquerda mantém os seus 19 lugares o mais à esquerda possível, seguindo-se o PCP. Ao lado dos comunistas aparece o PEV. Imediatamente atrás do deputado d’Os Verdes, aparece o Livre, que fica entre os comunistas e os socialistas – e longe do Bloco de Esquerda.

Seguem-se os deputados do PS, depois os quatro do PAN, e depois o PSD. Imediatamente ao lado do PSD, na segunda fila, aparece o deputado do Iniciativa Liberal. Seguem-se os cinco deputados do CDS, no lado direito do hemiciclo, e à sua direita há agora um deputado: André Ventura, do Chega.

ZAP //

 

4 Comments

  1. São muito piores que as crianças na creche!
    Um bando de palhaços a estoirar dinheiro aos portugues!
    Os partidos mais conhecidos a darem um excelente exemplo de democracia!!!

    • Tirou-me as palavras da boca !………. Estamos entregues a putos e suas birras !…por este andar talvez futuramente acabe a zaragata, ou pior a porrada !…O Espectáculo ainda só agora começou !

  2. Os partidos do regime estão a portar-se como se fossem os proprietários da A.R. “esquecem-se” que a A.R. é de todos nós portugueses contribuintes, a A.R. é para ser ocupada por todos os partidos que tenham deputados eleitos gostemos desses partidos ou não, foram eleitos têm o direito igual de ter espaço com o tem os partidos do regime PPD,PS,CDS,PCP ou BE, e dizem estes deputados do regime que são democratas nem quero imaginar se não fossem democratas.

  3. O problema é ainda mais grave, porque os partidos, ao perderem deputados e ao não ceder espaço deixado vago pela perda de mandatos, já estão a originar mal estar interno nas Divisões dos vários serviços inerentes ao necessário e bom funcionamento do Parlamento, deslocando-os para longe do contato direto com os próprios deputados, sem que ninguém faça algo para evitar tal tomada de atitude. É um total deixa andar e por este “andar” e com o finca pé partidário, as Divisões irão todas sair do Parlamento, para dar apoio aos deputados fora da Assembleia da República. O lema “se não os consegues vencer junta-te a eles”, não pode nem deve de ser aqui utilizado

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