A distribuição de lugares no Parlamento pelos partidos eleitos nas legislativas de 6 de Outubro continua a gerar desconforto, nomeadamente no CDS-PP que não quer André Ventura no meio dos seus deputados. A solução pode passar por abrir uma porta especial para o deputado do Chega.
Na última Conferência de Líderes no Parlamento, ficou, mais uma vez, patente a divergência entre os partidos com assento na Assembleia da República quanto à distribuição de lugares. A entrada de Chega, Iniciativa Liberal e Livre no Parlamento veio complicar a gestão dos lugares.
Assim, o CDS está desagradado com a ideia de ter André Ventura, o deputado eleito pelo Chega, no meio dos seus deputados, como ficou vincado na Conferência de Líderes, segundo os dados a que o Jornal de Notícias (JN) teve acesso.
Deste modo, o deputado Telmo Correia sugeriu que Ventura se sentasse na terceira fila, mas lembrando que, ainda assim, o deputado do Chega teria que pedir passagem aos parlamentares do CDS, dada a existência de um corrimão.
“A solução pode passar pela abertura de uma porta para André Ventura“, constata o JN, frisando que foi o Partido Os Verdes, com o apoio do PCP, que avançou esta ideia.
O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, não negou a possibilidade de abrir esta porta especial para Ventura, mas salientou que essa obra, a avançar, nunca ficará pronta a tempo da abertura dos trabalhos parlamentares.
Assim, CDS e Ventura terão que chegar a algum consenso quanto aos assentos no Parlamento.
Também o Iniciativa Liberal está desagradado com o lugar que lhe foi atribuído, pretendendo ficar o mais ao centro possível, entre o PS e o PSD.
Já comunistas e socialistas chegaram a um entendimento para a troca de “cadeiras” de alguns deputados, para evitar “uma espécie de “enclave” do PS” na bancada do PCP, como aponta o JN.