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Depois do cartão vermelho, PSD e CDS estão assustados com as legislativas

Hugo Delgado / Lusa

Não parece haver condições para mudança de líder em nenhum dos dois partidos. Ainda assim, os críticos pedem reflexão interna.

PSD e CDS mostram sinais de ansiedade sobre as próximas eleições, depois do cartão vermelho que ambos os partidos da oposição receberam no domingo, dia de eleições europeias. A quatro meses das legislativas, há pouca margem para uma mudança de estratégia e de líder há quem receie que o PSD se torne irrelevante e que o fantasma do “partido do táxi” regresse ao CDS.

De acordo com o Público, há quem tenha ouvido um sinal de mudança por parte de Rui Rio na noite eleitoral: quando o líder dos sociais-democratas colocou a escolha dos portugueses nas legislativas entre “um projeto de esquerda e um ao centro com ligações à direita”, deixando para trás o centro-esquerda onde se tem posicionado desde que assumiu a liderança.

Apesar de haver (ou não) alteração de estratégia, parece ser geral o facto de não haver condições para haver uma mudança de líder agora.

Luís Montenegro, Miguel Morgado e Pedro Duarte – críticos de Rio e potenciais candidatos à liderança do PSD – escolheram ficar em silêncio no dia após a derrota, mas há quem se questione sobre que dimensão terá o partido que o sucessor de Rui Rio vai herdar depois de outubro, caso os resultados das europeias se vierem a refletir nas legislativas.

Luís Marques Mendes afirmou que os dois partidos “partem para as próximas eleições legislativas em estado de coma“, uma expressão que levou Luís Menezes, ex-vice-presidente da bancada do PSD, a pedir uma séria reflexão.

“O que mais me assustou foi ver que o líder não assumiu que o PSD está em coma. Ou o PSD muda de vida ou uma reconfiguração à direita será inevitável e o dr. Rui Rio, além de uma primeira tatuagem do pior resultado, terá uma segunda por ter tornado o partido irrelevante a partir de outubro”, afirmou, confessando não estar “otimista”.

A verdade é que, na direção de Rui Rio, apenas um vice-presidente, Salvador Malheiro, assumiu com todas as letras a “grande derrota” do PSD no domingo, mas parece que este entendimento não é consensual. À TSF, a ex-líder social-democrata, Manuela Ferreira Leite, concluiu: “Não acho nada catastrófico“.

Já no CDS, foram várias as vozes que pediram uma reflexão interna sobre os resultados que empurraram o partido para a quinta força política nacional.

De acordo com o jornal, houve até quem fizesse contas e chegasse à conclusão de que se o resultado deste domingo se repetisse nas legislativas, o CDS ficaria com um grupo parlamentar de oito deputados, menos de metade do atual. Este número faz lembrar o momento do “partido do táxi”, quando a bancada centrista ficou reduzida ao mínimo nas lideranças de Adriano Moreira e Lucas Pires.

Para evitar que tal aconteça, os críticos de Assunção Cristas pedem que a direção recoloque o CDS nos seus valores fundacionais da matriz democrata-cristã, que consideram ser a única forma de o partido crescer eleitoralmente.

ZAP //

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