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PS reclama “grande vitória” nas eleições. PSD arrasado

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Tiago Petinga / EPA

António Costa fala num “país cor de rosa” após o PS conseguir maioria nas autárquicas

Ana Catarina Mendes, secretária geral adjunta do PS, falou aos jornalistas e militantes pouco depois de terem sido divulgados as primeiras projeções, afirmando que está em causa uma grande vitória para o Partido Socialista. O PSD está sob uma tragédia anunciada, com Teresa Leal Coelho, em Lisboa, a ficar atrás da CDU.

A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, vincou ainda no início da noite que, a confirmarem-se as projeções das televisões para as autárquicas, o PS terá uma “grande vitória” no sufrágio.

“A confirmarem-se as projeções, o PS tem uma grande vitória nos maiores concelhos do país, nos concelhos mais populosos do país“, declarou a socialista, falando na sede do partido, no largo do Rato, em Lisboa. E as projeções confirmaram-se.

O PS conseguiu nas eleições autárquicas de domingo o pleno dos seus objetivos ao conquistar mais de metade (157) das 308 câmaras, vencendo na maioria dos principais centros urbanos e aumentando em número de votos face a 2013.

“Em eleições autárquicas o PS teve a maior vitória eleitoral de toda a sua história“, declarou o secretário-geral socialista e primeiro-ministro, António Costa, no fim da noite eleitoral.

António Costa falava por volta das 23:00 de domingo, numa altura em que este partido já tinha como garantida a manutenção das presidências da Câmara de Lisboa, da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias, principais metas eleitorais dos socialistas.

Por razões táticas, sendo o Governo socialista suportado pelo PCP, Bloco de Esquerda e “Os Verdes” no parlamento, a direção do PS apontou exclusivamente o PSD como “o grande derrotado” da noite eleitoral, sublinhando triunfos em bastiões “laranja” como Mirandela, São João da Madeira, Chaves, Ansião, Pedrógão Grande ou Felgueiras.

Perante os jornalistas, na leitura que fez dos resultados eleitorais, António Costa optou por salientar a dimensão da derrota do PSD, omitindo ao mesmo tempo o recuo eleitoral da CDU na margem sul do Tejo e no Alentejo.

António Costa fez mesmo questão de frisar que os resultados da noite eleitoral autárquica deram mais força à solução política do atual Governo e recusou que os parceiros da esquerda parlamentar dos socialistas da lista tenham saído penalizados pelos eleitores.

“A vitória do PS não é a derrota de nenhum dos seus parceiros parlamentares. Há quatro anos ficámos 3,5 pontos percentuais acima do conjunto da direita, mas agora estamos pelo menos dez pontos percentuais à frente da direita”, argumentou.

Em relação às poucas perdas registadas pelos socialistas nestas eleições, António Costa fez referências implícitas aos casos de Vizela, Vila do Conde e Celorico da Beira, atribuindo-as sobretudo ao aparecimento de listas independentes chefiadas por ex-autarcas do PS.

“Muitos dos que nos venceram foram anteriores autarcas do PS que internamente não foram escolhidos para serem nossos candidatos. Nesses casos os eleitores sobrepuseram-se à nossa própria avaliação”, reconheceu o líder socialista.

Hecatombe no PSD e Passos já nem se recandidata

O candidato do PSD à presidência da Assembleia Municipal de Lisboa, José Eduardo Martins, considerou este domingo que “inequivocamente o PSD não atingiu os objetivos” a que se propôs na capital e, por isso, o momento “é de tristeza”.

“A primeira reação é obviamente uma reação de tristeza. Não estamos contentes com este resultado, perdemos as eleições e isso parece inequívoco e o nosso objetivo, como é sempre objetivo do PSD, era ganhar as eleições”, apontou José Eduardo Martins numa primeira reação às projeções que colocam os sociais democratas como terceira força mais votada para a Câmara da capital.

Falando “em nome da candidatura do Partido Social Democrata à Câmara Municipal de Lisboa e às eleições autárquicas de Lisboa”, o candidato ressalvou, contudo, que “é obviamente cedo para comentar resultados”.

Questionado sobre a possibilidade de a CDU obter um resultado melhor do que o PSD, José Eduardo Martins referiu que isso será “evidentemente um resultado muito negativo, pelo qual os candidatos do PSD em Lisboa assumem a responsabilidade”.

O antigo presidente da concelhia do PSD/Lisboa Mauro Xavier, que se demitiu por discordar da estratégia do partido com a escolha de Teresa Leal Coelho como candidata, pediu no domingo que Pedro Passos Coelho assuma a “responsabilidade política” pelos resultados.

“A opção de Pedro Passos Coelho na escolha do candidato do PSD a Lisboa teve uma resposta clara do eleitorado. Demiti-me por não concordar com esta opção. Cabe-me pedir agora responsabilidades ao presidente do partido. Espero que o PSD não faça o mesmo que o Governo fez com o caso de Tancos e alguém assuma a responsabilidade política”, escreveu Mauro Xavier na sua página de Facebook.

A ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, que se disse chocada com os resultados do PSD, afirmou em comentário TVI que Pedro Passos Coelho “não tem condições” para continuar a presidir ao partido.

À ex-líder juntou-se Marques Mendes que qualificou o resultado do PSD nestas eleições como “uma hecatombe, um terramoto”, e considerou que, se Passos Coelho quiser continuar à frente do partido, “a vida dele vai ser um inferno completo” e “vai ter dificuldade, numas diretas, de se manter na liderança”.

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, assumiu depois a responsabilidade por “um dos piores resultados de sempre” do partido em eleições e admitiu não se recandidatar à liderança do partido.

Passos Coelho reiterou que não se demite da presidência do PSD, mas não excluiu a possibilidade de não voltar a disputar a liderança do partido nas diretas que se realizarão no início do próximo ano. “Farei uma reflexão aprofundada sobre as condições para me submeter a um novo mandato”, disse, explicando que essa reflexão será feita com a sua comissão política, mas será, sobretudo, uma reflexão pessoal.

CDU perde uma dezena de câmaras para o PS, Almada a surpresa da noite

Almada (Setúbal) e Castro Verde (Beja), dois dos 11 municípios liderados desde as primeiras eleições autárquicas de 1976 pelos comunistas, passaram no domingo para as ‘mãos’ do PS.

Alandroal (Évora), Alcochete e Barreiro (Setúbal), Barrancos, Moura e Beja, Constância (Santarém) foram outros dos municípios conquistados pelos socialistas à coligação que junta comunistas, ecologistas e independentes.

Em Peniche (Leiria), o vencedor foi o agora candidato independente, apoiado também pelo BE, Henrique Bertino, que era há mais de uma década presidente de junta de freguesia de Peniche, eleito pela CDU. A coligação tinha apresentado como cabeça de lista Rogério Cação, já que o atual presidente da autarquia estava impedido de se recandidatar devido à lei da limitação de mandatos.

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, apesar de ter tentado sublinhar a influência de PCP na “reposição de direitos e rendimentos“, terminou com menos votos do que há quatro anos, quando a CDU ficou a presidir a 34 autarquias e teve 199 mandatos.

Desta feita, a votação não deverá chegar aos 10% e a coligação poderá ficar com apenas 24 câmaras municipais para gerir.

O secretário-geral do PCP assumiu na noite eleitoral o “resultado negativo” e justificou-o, entre outros fatores pela “pressão de membros do Governo”.

Ainda assim, Jerónimo de Sousa prometeu manter a convicção de estar “do lado certo, dos trabalhadores e do povo” e anteviu que, dentro de quatro anos, as mesmas pessoas que agora optaram pelo PS vão querer voltar a executivos liderados pelo “trabalho, honestidade e competência” da CDU.

ZAP // Lusa

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14 Comments

  1. O mau perder dos “adeptos” do PSD é assim uma coisa tremenda. Preferem viver em negação da realidade…

    Tudo está melhor para Portugal desde que o PS foi para o poder. E não, não tem nada a ver com o que a PAF fez antes, que durante anos a fio foi atirando com os Portugueses para a pobreza. Nem teve a ver com o Turismo… Ou melhor, teve na medida em que q decisão deste Governo de voltar a baixar o IVA da Restauração de 23% para 13%, permitiu uma massiva oferta de postos de trabalho sem aumento de custos para os empresários da Hotelaria. Com esse aumento de funcionários, o serviço prestado aumentou em qualidade e quantidade, sem aumentar os custos com salários já que estes foram compensados pela baixa do IVA.

    De resto, o reconhecimento do povo Português, reflectido nestes resultados eleitorais, é bem patente, e chamar o povo de estúpido só porque não deu uma vitória que sería totalmente desmerecida, ao partido de que se gosta, é de uma desonestidade intelectual e de uma falta de inteligência emocional, só comparáveis à incompetência de Passos Coelho.

    • Caro Queiroz, que não o Carlos. O senhor deveria compreender o estado do país (que bem sei não quer reconhecer) quando o anterior governo que o senhor tanto critica tomou posse. O país estava literalmente falido. E o senhor tem dificuldade em perceber esta frase simples. O esforço necessário, feito por todos, foi apenas orientado pelo então governo. O verdadeiro esforço foi de todas as portuguesas e todos os portugueses. Inclusivamente seu e meu.
      Revela bem no seu discurso não compreender os mecanismos de propagação dos efeitos da teoria macroeconómica. Para si, causa e efeito, sucedem-se no imediato. Pois… está muito enganado. Pense numa empresa que se queira expandir para novos mercados. Acha mesmo que o consegue fazer de um dia para o outro? Na economia tudo é lento, porque depende de pessoas, que no fundo são a própria economia. Na sua conceção, a economia é como um interruptor. E não é.
      Do mesmo modo que dou mérito ao anterior governo também sei reconhecer o mérito do atual. Até porque em grande medida… nada mudou. E ainda bem. Os outros chamavam-lhe cortes; estes preferem o termo cativações. Na prática vai dar ao mesmo.
      O atual PM fez o que era possível atendendo à melhoria económica do país que se deve essencialmente ao turismo (ao contrário do que refere) e ao forte crescimento registado nos nossos principais parceiros comerciais, libertando algum do espartilho do governo anterior. Mas sabe que mais, se os anteriores ainda cá estivessem estariam a fazer o mesmo.
      Quero agora ver é como vai o governo gerir o buraco em que se meteu. Andou com um discurso que isto estava tudo bem. Então as classes profissionais (médicos, enfermeiros, juízes,…) pensaram. Se isto já está tudo bem, então vamos lá renegociar as carreiras. E o senhor, como eu, sabe que não é possível abrir os cordões à bolsa. Então o discurso volta-se contra quem o profere. Acredito que o António Costa é um primeiro-ministro que apesar de tudo é responsável e não vai embarcar em loucuras. Até porque sabe bem que algumas situações até poderiam ser toleradas no curto prazo. Mas no médio/longo prazo não o seriam e estaria a hipotecar uma vez mais o futuro do país. E no fundo até acredito que o nosso atual primeiro-ministro de parvo não tem nada. Apenas acho que deveria ter um discurso mais alinhado com a realidade. Estamos melhor do que em 2011. Mas temos uma dívida às costas que ainda vai chegar aos nossos netos. E não me venha com aquela máxima que as dívidas não são para pagar, mas para gerir… Esta já nem dá para gerir quanto mais para pagar.

  2. Para a coisa estar” bem governada”, o povo tem mesmo que estar de” tanga” e os ricos cada vez mais ricos!
    Se há um governo que queira mudar isso, aqui d’el rei porque vem aí a bancarrota…
    Não é o povo que leva o país à bancarrota! O povo é afinal quem trabalha, pondo o país a mexer.

  3. Estes políticos que vendem vitórias eleitorais como se fossem repórteres e comentadores de jogos de futebol!
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    Sobra desonestidade intelectual porque querem apenas vender audiências a qq preço e não são capazes de chamar os factos pelos seus nomes.
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    O défice da dívida pública não pára de subir e eu pergunto – andam a festejar qual vitória?!
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    Nas autárquicas vencem as pessoas que recebem a confiança dos munícipes e os partidos são apenas rótulos que nalguns candidatos estão bem colocados, mas noutros estão mal!

    • Ó caro amigo… Eu até sou dos que concordo consigo… agora “…O défice da dívida pública não pára de subir …” vai para aí muita confusão. O défice da dívida?! Uma coisa é o défice que tanto pode ser orçamental como da balança (qualquer uma delas, de pagamentos, comercial). Refere-se a um diferencial entre entradas e saídas num dado período de tempo. E o nosso problema era o défice orçamental (também já foi o comercial geralmente depois contornado com as saudosas remessas dos emigrantes). O défice orçamental atualmente está bem mais controlado do que há 6 anos atrás quando se cifrava em 11%.
      Outra coisa é a dívida, montante total que uma entidade deve a outra (que acumulou ao longo do tempo através de sucessivos empréstimos). Que no caso português continua uma verdadeira loucura e não é amortizável… em minha opinião. Para que o fosse a economia teria de crescer acima de 5 ou 6% e teria de haver muitas receitas de impostos sem um acompanhamento proporcional da despesa pública.

      • Tem razão!
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        Não vai confusão, havia pressa de deixar o comentário abordando dados separados que afinal saíram juntos e faltou a revisão antes do envio.
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        Obrigado pelo reparo.

  4. Os grandes vencedores destas eleições foram os ex-presidiários que registaram um aumento brutal de 0 para uma câmara. Isto é uma taxa de crescimento de infinito, em termos matemáticos… Nem o BE conseguiu este desiderato e anda todos os dias na rua a pregar.

    • ultima hora……nao sei se sabe mas em resende tambem ganhou um trindade as voltas com a justiça…mas este ao contrario do isaltino tem uma seita muito influente a apoia-lo, e um povo muito benevolente a votar.

  5. É evidente que o PSD saiu derrotado e no meu entender subestimou estas eleições, veja-se o caso em Lisboa com uma solução tardia e de recurso, no entanto o senhor Costa logo veio com ar muito sorridente relembrando esta derrota do PSD mas ignorando a estrondosa derrota comunista, 1/3 das câmaras comunistas foram à vida e precisamente para mãos PS, mas aqui o senhor Costa sempre com o seu ar de matreiro fez de conta que nada se passou com os seus camaradas mais à esquerda, questões de ideologia certamente!.

  6. ora ora bem feitas as contas… a “grande vitoria ” do querido lider…. faz se com 20.8 de votos.!!! so o sr costa e a sua adjunta e que podem embandeirar em arco, com o desinteresse da maioria dos portugueses nestas eleiçoes onde se gastam milhoes de euros para que tudo fique na mesma. ah na mesma nao … a geringonça começa a dar os seus frutos, os eleitores comunistas ja nao sabem que e o seu lider…se o fantastico jeronimo de o sorrateiro costa.e muitos votantes socialistas ja nao se revem na geringonça…. ganhar as autarquicas com menos de dois milhoes de votos é de facto uma vitoria unica e triste. quase uma votaçao como no tempo da ditadura,onde só votavam os que eram obrigados por lei, os soldados, os ministros os amigalhaços os capitalistas enfim os donos das pensoes e dos tuc tucs. muito triste !!! so uma nota final, sera que a medeiros ira pedir subsidio para se deslocar para almada quando tiver reunioes, ou vai lhe ser atribuido o palacio da cerca para viver?

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