PS foi quem mais lucrou em 2022. PSD e BE são os únicos com saldos negativos

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António Cotrim / LUSA

António Costa sorri durante debate

O PS, seguido da IL e do Livre, foi o partido com mais lucros em 2022. PSD e BE são os únicos com saldos negativos face ao ano anterior.

Dados publicados pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (baseados nas contas anuais de 2022 submetidas pelos partidos relativamente ao ano de 2021) mostram que, dos sete partidos com representação na Assembleia da República, todos reduziram o passivo, mas o mesmo não se verificou no saldo de contas em 2022.

Apenas três partidos melhoraram as contas face a 2021 — o Partido Socialista (PS), a Iniciativa Liberal (IL) e o Livre.

O Partido Social-Democrata (PSD) e o Bloco de Esquerda (BE) foram os únicos que apresentaram valores negativos em relação a 2021.

Os sociais-democratas e o Partido Comunista Português (PCP) — que nas contas iniciais de 2021 eram os que apresentavam mais lucros — foram os que apresentaram piores resultados.

PS lidera lista de melhores resultados

O PS obteve o melhor resultado, com uma subida de 198 mil euros negativos em 2021 para 1,6 milhões positivos em 2022.

O passivo do partido liderado por António Costa também desceu, de 22,4 milhões para 10,3 milhões.

Um desfecho que se deve, segundo o Público, ao aumento da subvenção pública anual, que passou de 6,6 milhões em 2021 para 7,5 milhões em 2022, devido à maioria absoluta conquistada nas eleições legislativas de 2022. Mas não só.

Diz o secretário nacional do PS, Luís Patrão, ao jornal, que a redução da dívida e ao facto de os socialistas terem desistido de acumular provisões para as ações judiciais contra a Autoridade Tributária a fim de recuperar o IVA gasto com as campanhas também teve um papel relevante nos bons resultados.

“Reforço da atividade política” do PSD provoca queda no saldo

Embora tenha reduzido o passivo — de 6,4 milhões para 4,9 milhões —, o PSD terminou o ano de 2022 com 302 mil euros negativos (em 2021 foram 18 mil euros negativos).

Uma quebra que se deve ao “reforço da atividade política do partido” explica o secretário-geral adjunto do PSD, Ricardo Carvalho, ao Público. No entanto, também se deve às reduções nas quotas, contribuições e donativos.

PCP foi o mais penalizado

Apesar de ter conseguido baixar o passivo significativamente — de 8,1 milhões para 1,3 milhões — os seus ‘lucros’ viram-se reduzidos de 1,8 milhões para 49 mil euros em 2022.

Reduções que se devem à redução das quotas dos militantes, das contribuições, das vendas, serviços prestados, donativos e subvenção pública. Os comunistas foram também os que mais gastaram com o pessoal.

Contas do BE afetadas pelas legislativas

O Bloco também registou uma melhoria no passivo de 862 mil euros para 102 mil, mas o seu saldo (afetado por gastos com pessoal e pela descida das contribuições) continua negativo, com valores muito semelhantes aos do PSD — 302 mil euros negativos.

A perda de 15 deputados nas legislativas não ajudou, esmagando a subvenção estatal de 1,4 milhões para cerca de 900 mil euros.

Chega com mais donativos… e mais despesas

Também o partido de André Ventura apresentou uma subida melhoria no passivo (de 222 mil euros para 60 mil euros) mas o saldo final foi bastante afetado, passando dos 149 mil para 23 mil euros.

Terão sido despesas com fornecimentos e serviços externos e com o pessoal — bem como verbas gastas em serviços prestados — a provocar a descida de lucros, apesar do aumento de subsídios e donativos após a eleição de mais 11 deputados nas legislativas do ano passado.

Maior representação parlamentar impulsiona lucros da IL

Os liberais, para além de reduzirem o passivo para mais de metade, viram o aumento da sua representação no Parlamento — de 1 para 8 deputados — fazer a sua magia na subvenção, tendo aumentado o saldo de 27 mil para 359 mil euros.

As quotas e contribuições dos militantes do partido agora liderado por Rui Rocha também empurraram os lucros para cima.

Livre também subiu

Com uma descida de cinco mil euros no passivo, as contas finais do Livre passaram de 15 mil euros para 79 mil em 2022.

As quotas e donativos apresentaram uma subida, acompanhadas da subvenção, que passou dos 166 mil para os 200 mil euros após uma subida de 0,19 pontos percentuais nas legislativas de 2022.

O partido também terá poupado em matéria de recursos humanos.

ZAP //

3 Comments

  1. Ignorava que o mesmo partido que deu o golpe da «esquerdalha» da «Geringonça» há quase 10 anos ainda hoje vive disso seria o partido que mais enriqueceu – era óbvio, na verdade!

  2. Está a referir-se a que golpe Manuel Cabral? Por acaso tem noção do significado da palavra golpe? Passou tanto tempo e a azia não esfriou?
    A “Geringonça”, como lhe chamou um artista de fraca índole, e que o senhor resolveu aqui adoptar, foi um governo estável, legítimo (só um ignorante não sabe disso), e que veio repor muito equilíbrio em grandes injustiças que tinham sido praticadas pelo governo anterior.

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