PS quer amigos — mas só em Lisboa e Porto

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José Sena Goulão / EPA

Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua

Coligação autárquica à vista sem frentes populares nas legislativas — mas o PS ainda está hesitante. CDU de fora, tanto em Lisboa como no Porto.

Está a crescer à esquerda a possibilidade de uma coligação… autárquica.

No Porto, o Bloco de Esquerda (BE) e o Livre já terão mostrado interesse em formar uma aliança com o Partido Socialista (PS) e dado início a reuniões com o PAN.

No entanto, por enquanto, os socialistas mantêm uma postura de prudência e vão adiando as conversações para o próximo outono, avança o Observador esta sexta-feira.

O PS está hesitante devido a vários fatores: ainda precisa de “arrumar a casa” após a eleição de novas direções concelhias e distritais e de analisar os benefícios de uma coligação portuense.

Se as vantagens são claras como água para os restantes partidos à esquerda, a presença menos forte do PS no Porto coloca dúvidas sobre os ganhos para os socialistas de um “abraço” na Invicta.

PCP de fora. Pizarro nas bocas da esquerda

Segundo o Observador, Manuel Pizarro, candidato (e derrotado) em 2013 e 2017 é o nome mais falado, embora cause alguma divergência entre a esquerda por não ser um nome bem firmado no lado esquerdo do espetro político.

Elisa Ferreira, que está de saída do cargo de comissária europeia, também surge como uma possível candidata, sendo bem vista pela esquerda devido ao seu trabalho em Bruxelas e à sua dedicação aos temas de desenvolvimento local e regional. No entanto, a sua candidatura em 2009, enquanto eurodeputada, gerou críticas quanto ao timing, o que pode ser um obstáculo.

O Partido Comunista Português (PCP) já se terá excluído das conversas de coligação por incompatibilidade de projetos autárquicos.

E em Lisboa?

Em Lisboa, o PS quererá efetivamente coligar, mas ainda afasta uma frente de esquerda nas legislativas.

O presidente do PS já mostrou ser contra frentes populares em Portugal.

“Não há receitas milagreiras para contrariar o cenário atual de maioria de direita, nem o seu frentismo é a solução virtuosa“, disse recentemente em cerimónia do 25 de abril. Pouco antes das eleições francesas — marcadas por uma viragem histórica à direita — Carlos César voltou a criticar a solução.

“A inversão desse ascendente da direita dependerá menos da união da esquerda e mais da demonstração da boa governação à esquerda. É isso que deve ser feito sentir juntos dos portugueses”, disse.

“As realidades mudaram, são diferentes e, entre confluências e contradições, a esquerda portuguesa tem mais condições, usemos esta expressão, de estar mais unida à chegada do que à partida. E o PS tem a vocação e as condições para ser a grande esquerda portuguesa e, como tal, a alternativa às direitas”, acredita.

Apesar de tudo, está disposto a negociar um “abraço” à esquerda nas autárquicas, avança o Público.

Tal como no Porto, o Bloco e o Livre mostram-se disponíveis. Já a CDU fica de fora.

Tomás Guimarães, ZAP //

1 Comment

  1. O desespero da esquerdalhada pelo poder é ilimitado. Torcem-se todos, procuram mil e uma estratégias para atingir esse poder. Veja-se em França a chamada frente popular. Depois vai-se a ver e sai um saco de gatos obde andam todos à batatada. É gente farrapilha que não tem o mínimo de competência para resolver, para governar. O que lhes interessa é pura e simplesmente mostrar um estatuto subjugante de vitória eleitoral.

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