O PS usou, esta sexta-feira, oito vezes a palavra “mentira” para contrariar a acusação do Bloco de Esquerda de que o Governo não quer “avançar mais” no combate à pobreza para transferir dinheiro para o fundo de resolução dos bancos.
Durante nove minutos, o vice-presidente da bancada socialista, João Paulo Correia, falou aos jornalistas no Parlamento para responder à coordenadora do BE e dizer que as acusações de Catarina Martins “estão baseadas numa mentira e essa mentira tem que ser desfeita”.
“Não podemos deixar de o denunciar”, afirmou o deputado, que, apesar destas acusações, afirmou, também por várias vezes, que o partido do Governo “está apostado” e “tem todo o interesse no desfecho positivo das negociações, que viabilizem” o Orçamento do Estado de 2021.
Por três vezes, João Paulo Correia afirmou que o Orçamento do Estado não prevê fundos públicos para o Fundo de Resolução, de onde saem verbas, por exemplo, para o Novo Banco, e que essa foi uma pretensão dos bloquistas aceite pelo Governo.
“Dizer que no próximo ano o OE não prevê um reforço do investimento no SNS, dizer que esse esforço não existe, também é mentira. O OE2021 prevê a contratação de 4200 profissionais, prevê o reforço do investimento nos cuidados paliativos, no plano nacional de saúde mental, na construção de hospitais”, acrescentou o socialista, citado pela rádio TSF.
“Continuamos à espera que o Bloco de Esquerda responda àquilo que foram as últimas propostas que foram apresentadas no sentido de caminharmos para mais uma aproximação. Como todos os portugueses entenderão, não é possível continuar a negociar quando os princípios e acusações que se lançam para o processo negocial são baseados em mentira. Da parte do PS, bom senso e responsabilidade também significa denunciar as mentiras”, concluiu.
Numa conferência de imprensa, na quinta-feira, a coordenadora bloquista assinalou como positivo que o Governo tenha dito publicamente que quer continuar as negociações orçamentais, mas referiu que, “do ponto de vista prático”, ainda não chegaram quaisquer contrapropostas ou pedidos de reunião.
“O que esperamos não é que o Governo aceite todas as propostas do BE, é que pelo menos faça contrapropostas sobre estes objetivos e que mostrem a sua capacidade de ter efeito concreto na vida das pessoas e é por isso que mantemos as portas abertas à negociação, mas também é por isso que dizemos, de uma forma muito franca, que não nos comprometeremos com algo em que os anúncios não correspondam ao efeito real na vida das pessoas”, afirmou Catarina Martins, citada pelo Jornal de Notícias.
A votação na generalidade do OE2021 no Parlamento está agendada para 28 de outubro e os bloquistas só decidem o seu sentido de voto três dias antes, numa reunião da mesa nacional, o órgão mais importante do partido entre congressos.
Esta quinta-feira, em entrevista ao jornal online Observador, Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, admitiu a possibilidade de o Governo aprovar a proposta para o Orçamento do Estado sem o Bloco, embora descarte essa hipótese.
ZAP // Lusa
“Tá bonito,
Este baile tá bonito,
Mas não vejo a Temido
Onde será q’uela está?. .
Tá bonito,
A geringonça tá bonita,
Mas no Kosta ninguém acredita
O que é qu’o cajo anda a tramar…
Tá bonito tá
O vírus a espalhar…
Tá bonito…”
O primeiro ministro também não foi muito verdadeiro com a Catarina Martins quando negociaram o problema das rendas da EDP! O deputado João Paulo já se esqueceu deste episódio? Talvez seja retaliação, sabe-se lá!? Gato escaldado de água fria tem medo! Cá se fazem, cá se pagam!