O vice-presidente do PSD, David Justino, afirmou esta quarta-feira que é muito pouco provável que o partido venha a aprovar o Orçamento de Estado (OE) que o Governo de António Costa vai apresentar.
“Não posso pronunciar-me sobre uma coisa que não conheço”, começou por dizer David Justino sobre a proposta de Orçamento de Estado que os socialistas vão apresentar.
Ainda assim, e apesar de não conhecer o documento, o vice social democrata admitiu que tendo em conta o histórico das propostas do PS, “as probabilidades de votar o orçamento são ínfimas“, disse, em declarações aos microfones da TSF no programa Almoços Grátis.
“Mas não vou dizer que, independentemente do que apresentem, voto contra”.
David Justino falou ainda da recandidatura de Rui Rio à liderança do PSD, dando conta que a grande lição a tirar é “saber com quem conta“. O atual líder é um “precursor de uma outra forma de cultura política que põe em causa muito adquirido do chamado politiquês”.
“O PSD tem condições que não tinha: tem um grupo parlamentar mais coeso, tem sinais quer da sociedade, quer de sua base eleitoral que permitem acalentar outras visões e outros tipos de abordagem”.
“A segunda lição que tem a tirar é que, não obstante o resultado não corresponder aquilo que desejávamos, nem em termos absolutos, nem em termos relativos, é um resultado que ainda permite precisamente concretizar a estratégia que estava delineada”.
Rio “entrincheirado” no grupo parlamentar
Em declarações ao mesmo programa da TSF, o socialista Carlos César comentou também o facto de Rui Rio ser, além de recandidato à liderança do PSD, líder parlamentar do PSD.
No entender de Carlos César, Rio não vai para o Parlamento para discutir e debater com Governo, vai antes para falar com o seu partido e com Luís Montenegro, antigo líder parlamentar de Passos Coelho, que é também candidato à liderança do PSD.
“O Dr. Rui Rio vai estar na Assembleia não para falar com o Governo, mas para falar para o PSD e para Montenegro, entrincheirado no grupo parlamentar. Mas isso não é nada que [Rio] tem inventado”, ironizou Carlos César.
Na prática, apontou, o Parlamento servirá de “palco para as primárias do PSD”.