Quatro casos de botulismo alimentar provocados pelo consumo de presunto caseiro foram registados em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, confirmou à agência Lusa a sub-directora geral da Saúde.
As quatro pessoas que tiveram contacto com a toxina foram hospitalizadas, mas já tiveram alta e encontram-se bem, segundo Graça Freitas.
O surto de botulismo foi “rapidamente identificado e foi inutilizado o alimento em causa e não houve novos contágios”, garante à TSF a sub-directora geral de Saúde.
Segundo a base de dados Pro-MED-mail, que reúne informações sobre doenças infecciosas, seis pessoas foram expostas à toxina, das quais quatro apresentavam sintomas consistentes com o botulismo alimentar.
As quatro pessoas foram contaminadas com as toxinas formadas pelo ‘clostridium botulinum’, após ingerirem presunto contaminado, no decorrer de uma refeição a 19 de Julho, lê-se na informação divulgada pelo site, com base em dados de uma fonte do Hospital de São João, no Porto.
Os primeiros dois doentes – um homem de meia-idade e uma grávida – foram admitidos no Hospital de Vila Real. A terceira paciente foi hospitalizada perto de Lisboa e o quarto no Centro Hospitalar de São João, no Porto.
Todos estes doentes manifestaram sintomas nas 36 horas seguintes à ingestão do presunto, incluindo visão desfocada, boca seca e disfasia. Um dos doentes apresentou náuseas, vómitos e constipação, e um outro diarreia.
A investigação microbiológica confirmou a presença da toxina botulínica B nas fezes e no soro de todos os analisados.
Até sexta-feira passada, todos os doentes tinham tido alta e estavam a ser seguidos em ambulatório, não tendo sido necessário o recurso a anti-toxinas ou a ventilação mecânica.
Segundo a Direcção Geral de Saúde, o botulismo alimentar é uma doença grave, de evolução aguda, com sintomas digestivos e neurológicos, resultante da ingestão de diversos tipos de alimentos, contendo toxinas formadas pelo ‘clostridium botulinum’ no próprio alimento.
Em 2015, registaram-se em Portugal sete casos de botulismo alimentar e três em 2016.
ZAP // Lusa