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Presidente da Bielorrússia organiza manifestação de apoio ao Governo. Putin oferece ajuda a Lukashenko

Amanda Voisard / UN Photo

Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia desde 1994

A organização política bielorrussa Belaya Rus convocou uma manifestação em Minsk de apoio ao Presidente, Alexander Lukashenko, que na última semana enfrentou a maior onda de protestos populares nos seus 26 anos de poder.

“Será um encontro pacífico que juntará as forças que apoiam as políticas do Estado, aqueles que amam a pátria e que estão contra a divisão do país em dois. Connosco está a Bielorrúsia construtiva”, lê-se numa convocatória publicada no Facebook e citada pela agência de notícias espanhola EFE.

A manifestação, que tem como slogan “Não deixaremos destruir o país” irá realizar-se em frente em frente à sede do Governo e será quase coincidente com a “grande marcha cidadã pela liberdade”, que está marcada para as 14h (12h em Lisboa).

Ao jornal digital bielorrusso tut.by chegaram denúncias de funcionários públicos que dizem ter sido ameaçados com despedimento caso não comparecessem ao encontro oficial promovido pela Belaya Rus.

O presidente bielorrusso Alexander Lukashenko afirmou este sábado que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, lhe assegurou uma “ajuda” para garantir a segurança no país.

O presidente chegou a um entendimento com Putin, que lhe disse que “uma ajuda completa será garantida, para assegurar a segurança da Bieolorrússia”, afirmou Lukashenko à agência pública Belta, depois de uma conversa telefónica entre os dois presidentes. “Quando há uma questão de dimensão militar, nós temos um acordo com a Federação russa, no âmbito da União (da Rússia e da Bielorrússia)”, frisou o dirigente.

Depois da conversa telefónica deste sábado, a Presidência russa já tinha emitido um comunicado em que se mostrava confiante “numa resolução em breve dos atuais problemas”. Para o Kremlin, “o mais importante é que estes problemas não beneficiem as forças destrutivas que procuram prejudicar uma colaboração mutuamente vantajosa” entre a Rússia e a Bielorrússia, aliança que se mantém entre as duas ex-repúblicas soviéticas.

O Presidente bielorrusso já tinha recusado a ajuda externa proposta na quarta-feira pela Letónia, Lituânia e Polónia, que avançaram com um plano de mediação que prevê a criação de um “conselho nacional” para resolver a crise política em curso. Também os chefes de diplomacia da União Europeia acordaram impor sanções ao regime de Minsk.

Desde o passado domingo que dezenas de milhares de manifestantes têm saído às ruas de várias cidades para contestar a reeleição de Alexander Lukashenko, denunciando fraudes massivas e casos de repressão violenta por parte do Governo.

As manifestações, que começaram após a reeleição de Lukashenko, transformaram-se no maior movimento de protesto desde que o presidente chegou ao poder em 1994.

Depois de uma sondagem que indicara que Lukashenko voltava a ser reeleito presidente com mais de 80% dos votos e da confirmação dos resultados pela comissão eleitoral, estalaram os protestos com manifestantes em 33 cidades e localidades alegando que as eleições tinham sido fraudulentas.

Dos protestos resultaram até ao momento dois mortos, quase três centenas de feridos e cerca de sete mil pessoas detidas.

Vários detidos entretanto libertados denunciaram ter sido alvo de torturas nos centros de detenção, tendo exibido aos meios de comunicação social essas agressões.

ZAP // Lusa

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