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Presidente da Bielorrússia fecha fronteiras e coloca exército em alerta

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Amanda Voisard / UN Photo

Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia desde 1994

O Presidente da Bielorrússia, alvo de seis semanas de protestos em massa exigindo a sua renúncia, anunciou esta quinta-feira que vai colocar as tropas em alerta máximo e fechar as fronteiras do país com a Polónia e Lituânia.

A decisão de Alexander Lukashenko reforça a repetida mensagem de que a vaga de protestos é impulsionada pelo ocidente, já que enfrenta duras críticas da União Europeia e dos Estados Unidos.

“Somos forçados a retirar as tropas da rua, colocar o exército em alerta máximo e fechar as fronteiras no oeste, principalmente com a Lituânia e Polónia”, afirmou Lukashenko, num fórum oficial de mulheres celebrado em Minsk.

Lukashenko disse ainda que a fronteira da Bielorrússia com a Ucrânia vai ser fortalecida.

Não quero que o meu país esteja em guerra. Além disso, não quero que a Bielorrússia, Polónia e Lituânia se transformem num teatro de operações militares em que os nossos problemas não serão resolvidos”, apontou.

“Portanto, de hoje em diante, em frente a este salão do povo mais bonito, avançado e patriótico quero apelar aos povos da Lituânia, Polónia e Ucrânia: parem os vossos políticos malucos, não deixem a guerra começar”, disse.

Lukashenko não mencionou a vizinha Letónia que, como a Polónia e Lituânia, são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

No mesmo fórum, Lukashenko disse que a Bielorrússia não precisa que nenhum país reconheça as suas eleições, em resposta à resolução do Parlamento Europeu, que não aceita os resultados das eleições presidenciais de 9 de agosto, que Lukashenko venceu com 80% dos votos e que deu início a uma vaga de protestos.

“Realizamos as eleições de acordo com a Constituição e as leis do nosso país e não precisamos do reconhecimento de ninguém. As eleições foram realizadas e são legítimas”, declarou, segundo a agência BELTA.

Na sessão desta quinta-feira, o Parlamento Europeu concordou que vai deixar de reconhecer Lukashenko como Presidente quando o atual mandato terminar, a 5 de novembro, depois das eleições que “violam todas as normas internacionais” e pediu à União Europeia para impor sanções ao mandatário.

“Juro que não houve mentira nas eleições. É impossível falsificar 80% das eleições”, acrescentou Lukashenko.

Também esta quinta-feira, o porta-voz do chefe da diplomacia europeia anunciou que a opositora bielorrussa Svetlana Tikhanovskaia é esperada na segunda-feira em Bruxelas para uma reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.

A opositora anunciou que está a preparar uma lista dos membros das forças de segurança do regime responsáveis pela violência e detenções arbitrárias, com vista a um possível processo no futuro.

Líder da oposição acusada de “comprometer segurança”

De acordo com o jornal britânico The Guardian, Maria Kolesnikova, dirigente da oposição da Bieolorrússia, foi acusada pelas autoridades daquele país de cometer ações capazes de “comprometer a segurança nacional”.

A acusação em causa, anunciada pelo Comité de Investigação do país, acarreta uma pena máxima de cinco anos de prisão e é o mais recente ato de repressão contra os líderes da oposição.

Maria Kolesnikova, atualmente em prisão preventiva, foi sequestrada a 7 de setembro, no centro de Minsk, por homens que a obrigaram a entrar num veículo. No dia seguinte foi transportada até à fronteira com a Ucrânia na companhia de outros membros da oposição e aí obrigada a abandonar o país. Kolesnikova rasgou o passaporte de forma a evitar cruzar a fronteira.

Segundo a sua advogada, Kolesnikova foi vítima de pressões psicológicas, incluindo ameaças de morte, coação, ameaça de condenação a 25 anos de prisão e tentativa de expulsão forçada do país.

Tatyana Zenkovich / EPA

Maria Kolesnikova, lider da oposição na Bielorrússia

“Ameaçaram tirar-me a vida. Em concreto, disseram-me que se eu não abandonasse voluntariamente o território bielorrusso acabaria por ser expulsa, viva ou em ‘pedaços’. Também me ameaçaram com uma pena de prisão de 25 anos e de me provocar problemas nos centros de detenção”, afirmou Kolesnikova através da advogada.

A Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações desde 9 de agosto, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato presidencial, numas eleições consideradas fraudulentas pela oposição e parte da comunidade internacional.

Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de sete mil pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.

Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Claro está. Mais uma utópica ditadura socialista-comunista. Ali, o mandato presidencial passou para 7 anos. O discurso é sempre o mesmo. O desfecho também. Viva a revolução, e venha o ditador.

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