A pandemia de covid-19 veio abalar Portugal. No entanto, apesar da crise, os preços de venda de habitação não sofreram uma queda abrupta.
Dados no novo Índice de Preços, apurados pela consultora Confidencial Imobiliário e citados pelo Expresso, revelam que os valores mantiveram a tendência de estabilidade a curto prazo: em março, altura em que foi decretado o estado de emergência, registou-se uma variação de 0,4% face a fevereiro, enquanto em abril os preços subiram 0,5%.
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, confirmou ao semanário que estes dados confirmam a ideia de que “o mercado travou a trajetória de valorização, mas não derivou para um novo ciclo de desvalorização”.
“É uma reação de um mercado que está a fazer o expectável: traduzir esta fase de contingência mais numa redução da atividade do que a nível de preços“, acrescentou.
O Índice de Preços Residenciais, que relata a valorização do mercado de habitação em Portugal a partir dos preços efetivos de transação, baseados no Sistema de Informação Residencial, apresentou uma variação de 15,0% em abril, nivelada com os patamares de março (15,6%) e em abrandamento face ao ritmo de valorização com que o mercado iniciou o ano (17,0%).
Segundo Ricardo Guimarães, um dos dados que pode refletir a crise provocada pela pandemia é o preço de oferta pedido pelos promotores ou proprietários. “Já se verifica uma correção mais visível. Aquilo que era uma parte substancial do valor de oferta está associado à expectativa futura de valorização.”
Ainda assim, o responsável sublinha que Portugal tem emitido sinais positivos a nível internacional. “Ainda não temos dados dos investidores internacionais, mas, segundo as empresas, permanece a confiança no mercado português. Há um aspeto importante, que é a estabilidade política e a imagem de sucesso na gestão da pandemia.”