A oferta de quartos caiu 80% entre setembro de 2021 e setembro de 2022, o que alimentou uma grande subida nos preços. Há também muitos senhorios que recusam assinar contratos e exigem várias rendas adiantadas.
O aumento contínuo dos preços de quartos e apartamentos para estudantes não dá sinais de abrandar. Segundo o último relatório do Observatório do Alojamento Estudantil, publicado no início de agosto, os preços subiram 10,5% no último ano, com a média de um quarto a custar 349 euros. Em distritos como Portalegre, o aumento chegou a 33%.
O aumento de preços e a má qualidade dos quartos disponíveis dificultaram a procura. A estudante Alexandra Freitas, no Porto, que viu a renda do seu T2 aumentar de 600 para 900 euros, explica o Público.
Em cidades como Porto e Lisboa, o preço médio para arrendar um quarto pode chegar a 425 e 450 euros, respectivamente. Outros municípios também apresentam custos elevados, como Setúbal (350 euros), Faro (339 euros) e Aveiro (320 euros). Além disso, a oferta de quartos disponíveis caiu drasticamente, com uma queda de 80% entre setembro de 2021 e 2022 em Lisboa.
A falta de regulamentação no mercado de arrendamento também é uma questão importante, com muitos estudantes a afirmar que os senhorios recusam passar recibos ou assinar contratos. Outro problema é a exigência de pagar várias rendas adiantadas, algo muitas vezes incomportável para as famílias.
As associações académicas estão cada vez mais preocupadas com esta situação e têm pressionado por soluções rápidas. A falta de alojamento acessível pode impedir os alunos de se candidatarem a certos cursos, afetar a sua saúde mental, desgastar fisicamente e impactar negativamente a dinâmica académica.
Há iniciativas como o Certificado de Habitabilidade da Associação Académica de Coimbra que visam garantir uma oferta de alojamento de qualidade. No entanto, projetos como o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), estão a demorar a ser implementados.