Livros escritos por mulheres custam, em média, 45% menos do que os livros escritos por homens e estão pouco representados em géneros habitualmente mais prestigiados.
Investigadores do Queens College, em Nova Iorque, analisaram mais de dois milhões de obras literárias e concluíram que os livros escritos por mulheres são vendidos a quase metade do preço daqueles cujos autores são homens.
Conduzida pela socióloga Dana Beth Weinberg e pelo matemático Adam Kapelner foi publicada na PLOS One e analisou o autor, preço, género literário e tipo de edição dos livros publicados na América do Norte, entre 2002 e 2012.
Contudo, os autores concluem que os livros escritos por mulheres são desvalorizados a vários níveis. Além de os livros custarem, em média, menos 45% do que os livros escritos por homens, estão pouco representados em géneros habitualmente mais prestigiados – e, por consequência, mais caros – como é o caso da ciência.
Se considerarmos apenas os autores dentro do mesmo género literário, a investigação conclui que as mulheres recebem menos 9% do que os homens. Nas editoras independentes, as mulheres ganham menos 7% do que os autores masculinos.
Há, portanto, uma distribuição desigual de autores masculinos e femininos por género literário, uma desvalorização dos géneros escritos maioritariamente por mulheres e preços mais baixos em livros direcionados ao público feminino, escreve o Público.
Os autores consideram que este trabalho é o espelho das desigualdades salariais no mercado de trabalho e sublinham o facto de haver cada vez mais autoras que optam por assinar as suas obras com pseudónimos.
Exemplo disso é a escritora Catherine Nichols que usou um pseudónimo masculino para contactar editoras que tinham rejeitado anteriormente as suas propostas. Depois de optar por um nome masculino, a grande maioria das respostas que obteve foram positivas.