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Ricciardi: “Posição do BES na EDP foi um pedido de Sócrates”

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José Maria Ricciardi disse que foi José Sócrates, pouco depois de ter sido eleito primeiro-ministro (2005), que pediu a Ricardo Salgado para que o BES investisse na EDP. À época, a elétrica não tinha ainda capitais públicos.

A informação é avançada pelo jornal Observador, que consultou o auto de interrogatório dos procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto ao antigo presidente do BESI (hoje Haitong Bank), que decorreu a 14 de novembro, no âmbito do caso EDP.

No depoimento, onde falou como testemunha, Ricciardi revelou que, no final de 2005, a comissão executiva do BES foi informada pelo seu presidente, Ricardo Salgado, de que “o então primeiro-ministro José Sócrates lhe tinha pedido para o BES adquirir uma participação qualificada na EDP (necessariamente superior a 2%)”.

Em 2016, o BES acabou por adquirir uma posição na elétrica (2,17% por 200 milhões).

De acordo com o jornal, Ricciardi disse aos procuradores do Ministério Público (MP) que o investimento do BES na EDP “não resultou de um estudo económico-financeiro prévio por parte do BES”, mas antes do cumprimento de uma vontade externa.

Na prática, a aquisição serviu para “satisfazer” o “pedido de José Sócrates ao arguido Ricardo Salgado”, disse Ricciardi, dando conta que “continua a considerar inusitado e não tem memória de tal ter ocorrido mais alguma vez no BES”.

Ricciardi: Salgado influenciou escolha de Mexia

No mesmo interrogatório, Ricciardi disse também que foi Salgado que influenciou a escolha de António Mexia para a EDP. Salgado “influenciou/teve conhecimento prévio” e “aprovou a escolha de Mexia” — até porque se tratava de um “antigo quadro do BES que tinha saído amigavelmente do banco”.

De acordo com Ricciardi, foi o próprio Salgado que no âmbito de uma reunião do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo ou da Comissão Executiva do BES o informou que Mexia sucederia a João Talone como presidente da elétrica em janeiro de 2016.

A decisão foi anunciada pelo Economia, Manuel Pinho, que não gostava de Talone por este ser “próximo do PSD e tinha sido nomeado pelo Governo desse partido”, terá justificado o próprio Manuel Pinho a Ricciardi.

Segundo o jornal, as declarações de Ricciardi podem ajudar o MP a reforçar a prova indiciária que já reuniu contra Manuel Pinho, António Mexia e Ricardo Salgado no caso EDP.

Manuel Pinho é acusado de seis crimes, sendo um de prevaricação, dois de corrupção passiva, dois de participação económica em negócio e um de branqueamento de capitais.

Os procuradores do MP sustentam o seu processo na tese de que Manuel Pinho tomou decisões enquanto ministro que favoreceram os interesses económicos da EDP e do GES, vindo a obter vantagens de 4,56 milhões de euros.

António Mexia, presidente executivo da EDP, também é arguido no caso EDP, por suspeitas de corrupção ativa.

ZAP //

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6 Comments

  1. Tudo bons rapazes sejam políticos, banqueiros ou empresários, todos com 200kg preso ao pescoço e lançados no Mar da Palha nem os caranguejos lhes pegavam.

  2. Ricciardi é mentiroso compulsivo e lascivo do MP. Traiu a família que o encheu de dinheiro. Já repararam que é o único da família da família BES que tem uma boa relação com o MP??? Porque será???/

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