Portugal pondera se vai autorizar vacina da AstraZeneca em pessoas mais velhas

Portugal ainda está a avaliar se vai autorizar a administração da vacina da AstraZeneca em pessoas mais velhas. As primeiras doses chegam na próxima semana.

Alemanha, França, Suécia, Áustria, Itália, Bélgica, Países Baixos, Polónia, Dinamarca e Noruega. São já vários os países europeus que impuseram restrições à utilização da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 em pessoas com mais de 65 anos (e com mais de 55 em alguns casos), devido à falta de informação sobre a sua eficácia neste grupo etário.

A vacina foi aprovada pela Agência Europeia do Medicamento no passado dia 29 de janeiro. Em comunicado, a EMA reconheceu que nos vários ensaios clínicos realizados participaram sobretudo pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos e não há ainda resultados suficientes nos participantes com mais de 55. Porém, argumentou que se espera proteção, “já que se verifica uma resposta imunitária neste grupo etário e com base na experiência com outras vacinas”.

A vacina da farmacêutica britânica-sueca irá começar a ser administrada na próxima semana na União Europeia. As primeiras doses, cerca de 113 mil, devem chegar a Portugal já no próximo dia 9 de fevereiro.

Segundo apurou o jornal Público junto do Infarmed, a Comissão Técnica de Vacinação da Direção-Geral de Saúde (DGS) está a avaliar a questão e está para breve a publicação de um parecer. Na segunda-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, já tinha afirmado que está a aguardar que “esse facto seja esclarecido”.

De acordo com o jornal online ECO, em Espanha ainda não há uma decisão oficial, mas a imprensa avança que tudo indica que a vacina não será administrada a maiores de 65 anos. Também a Grécia está a ponderar avançar com esta recomendação.

Ministra admite dificuldades no Plano de Vacinação

A ministra da Saúde admitiu, esta quinta-feira, que o Plano de Vacinação contra a covid-19 tem dificuldades na sua implementação, mas disse que a revisão das regras para reduzir a aleatoriedade do processo está a avançar.

“A revisão das regras que demonstram a necessidade de serem mais pormenorizadas, para que haja menos aleatoriedade, é uma realidade e está a ser feita“, afirmou Marta Temido.

Rejeitando falhas ao plano, a governante considerou que “não se pode confundir situações de abuso com a sua gestão, execução e qualidade”.

“Estamos a trabalhar com o coordenador da task-force para fazer isso, como antes estávamos a trabalhar com todos os elementos para garantir o melhor cumprimento do plano”, salientou a governante, que falava aos jornalistas no final de uma visita ao IPO de Coimbra, onde inaugurou o bloco operatório periférico e o setor de virologia do serviço de patologia clínica.

Temido salientou que “os abusos serão enquadrados na sede própria e que o Ministério da Saúde não se absterá de garantir que isso aconteça“, mas pediu “confiança nas pessoas que estão a trabalhar”.

A ministra lamentou ainda que, no terreno, se esteja a lançar “um manto de suspeição sobre todos aqueles que procuram fazer o melhor nos serviços de saúde”.

A titular da pasta da Saúde adiantou ainda que a Inspeção Geral das Atividades em Saúde tem estado a trabalhar em todo o país “de uma forma que permita a identificação de situações [abusivas], que depois “mereçam recomendações para correção”.

Mantendo a prioridade de ter, “pelo menos”, 80% das pessoas com mais de 80 anos vacinadas até ao final do primeiro trimestre, Marta Temido disse que o sistema de identificação deste grupo etário começou esta semana a ser aplicado em Lisboa e no Porto e vai ser alargado a todo o país.

No caso da região Centro, a presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), Rosa Reis Marques, disse à agência Lusa que o processo de vacinação deste grupo etário deverá começar no final da próxima semana.

ZAP // Lusa

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