A secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, defendeu esta terça-feira nas Nações Unidas que a prevenção e combate à violência sobre as mulheres deve ser uma meta da organização nos objetivos após 2015.
“Defendemos, na linha das posições assumidas pela EU, que na agenda pós-2015 deve ser explícito o propósito da prevenção e combate a todas as formas de violência sobre as mulheres, expresso de forma autónoma e clara, num compromisso intenso que deve ser servido pelos meios apropriados a esse combate”, disse Teresa Morais numa mesa redonda da Comissão sobre o Estatuto da Mulher da ONU que debateu os “Desafios e conquistas na implementação dos Objetivos do Milénio para mulheres e raparigas”.
Em 2000, a ONU analisou os maiores problemas mundiais e estabeleceu oito “Objetivos do Milénio” que deviam ser atingidos por todos os países até 2015.
Defendendo que “estamos no momento crucial para fazer um balanço sério sobre o que foi ou não atingido”, a secretária de Estado disse que foram registados progressos na luta contra a fome e a pobreza, no acesso à educação, na luta contra a mortalidade infantil, mas que em áreas como a saúde materna, o combate ao VIH e o acesso ao saneamento básico os objetivos não foram alcançados.
Teresa Morais salientou ainda que este é o momento “também para produzir uma agenda realista e exequível para o pós-2015.”
“Objetivos do Milénio”
- Erradicar a pobreza extrema e a fome
- Atingir o ensino básico universal
- Erradicar a pobreza extrema e a fome
- Reduzir a mortalidade infantil
- Melhorar a saúde materna
- Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças
- Garantir a sustentabilidade ambiental
- Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento
“Se há matéria que nos atinge a todos de forma generalizada e transversal, dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento ela é a da violência contra as mulheres”, defendeu a representante de Portugal.
“Seja ela a mais brutal violência física ou a mais sofisticada violência psicológica, da cruel mutilação genital feminina, aos casamentos forçados, da violência conjugal, à perseguição compulsiva ou à violência exercida através das novas tecnologias”, concluiu Teresa Morais.
/Lusa