Portugal está com uma taxa de quase 18 mil testes por milhão de habitantes, estando a ser realizados, desde 1 de abril, aproximadamente 10 mil testes por dia.
O boletim da Direção-Geral de Saúde (DGS) revelou, esta terça-feira, que Portugal regista 567 mortes por covid-19, mais 32 do que na segunda-feira, e 17.448 infetados, mais 514 do que ontem.
Entretanto, há 70 novos pacientes recuperados, o número mais elevado em 24 horas, fazendo um total de 347. Por outro lado, verificou-se um aumento no número de internamentos, com mais 90 casos, constituindo a maior subida da última semana. São 1227 as pessoas internadas, das quais 218 em cuidados intensivos.
Durante a conferência de imprensa das autoridades de saúde, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, referiu que a taxa de letalidade global é de 3,2%, sendo que esta percentagem sobe para 11,4% para casos acima dos 70 anos.
O governante revelou que, desde 1 de março, Portugal realizou “mais de 190 mil testes”. “O aumento de testagens não se refletiu num aumento proporcional de testes positivos, o que é, garantidamente, um bom indicador”.
Lacerda Sales notou que, desde 1 de abril, o país está a aproximar-se de “uma média de 10 mil testes por dia“, tendo “hoje uma taxa de quase 18 mil testes por milhão de habitantes, superando países como a Alemanha e a Áustria”.
O governante notou que, “apesar da diminuição da atividade não urgente, o SNS continua a dar resposta ao que tem de ser respondido”, pelo que “é preciso que as pessoas tenham confiança num SNS que soube tirar dos seus serviços o que não era urgente e soube adaptar a sua resposta com criação de circuitos bem distintos”.
“Os doentes crónicos, oncológicos, cardíacos ou outros que sintam algum tipo de descompensação, devem recorrer ao seu médico assistente ou à linha Saúde 24. Em caso de necessidade de ida à urgência, a norma da DGS prevê a utilização de máscara cirúrgica em todas instituições de saúde e, portanto, garante a segurança”, afirmou.
200 empresas já se disponibilizaram para fazer máscaras
António Lacerda Sales anunciou ainda que o Infarmed publicou, hoje, as especificações técnicas para produção de máscaras de utilização comunitária, a serem utilizadas pelos cidadãos em espaços públicos fechados.
“A partir destas especificações estamos em condições de dizer que as máscaras produzidas e que vão ser vendidas terão as condições de proteção asseguradas. Estamos a falar de um terceiro tipo de equipamento de proteção que, com apoio da indústria nacional, podemos utilizar convenientemente e que serão vendidas com essas mesmas indicações escritas”, afirmou Rui Ivo, presidente do Infarmed, na conferência de imprensa.
Entre os materiais autorizados pela norma, está o algodão, o poliéster ou a combinação dos dois, podendo muitas das máscaras ser reutilizadas após lavagem.
Segundo o secretário de Estado, mais de 200 empresas já se disponibilizaram para ajudar na sua produção, com algumas prontas a iniciar o fabrico ainda esta semana.
Questionado sobre a partir de quando será recomendado o uso generalizado de máscaras comunitários pela população em geral em espaços fechados, o secretário de Estado remeteu para a reavaliação do estado de emergência, que será feito na quarta-feira.
“Quarta-feira vai ser feita uma reavaliação do estado de emergência, ainda não é a altura exata para nos podermos pronunciar sobre um conjunto de medidas que poderão ou não ser reavaliadas. Ao Ministério da Saúde compete, em função das decisões tomadas percorrer um percurso responsáveis e controlado, não fazendo concessões em termos de segurança”, afirmou.
DGS pede para se cumprir plano nacional de vacinação
A diretora-geral da Saúde pediu aos portugueses para não adiarem a vacinação, nomeadamente crianças até aos 12 meses, grávidas ou doentes crónicos, por ser “absolutamente essencial para evitar” outros surtos para além da covid-19.
“Numa fase em que temos covid-19, e para evitar aglomerações, é preferível marcar a vacinação. Mas, se não for possível, não adie, vá presencialmente à unidade de saúde porque estão a prestar cuidados protegidos e não covid”, afirmou Graça Freitas na mesma conferência de imprensa.
A responsável pediu às pessoas que “não adiem a vacinação”, nomeadamente nas crianças até aos 12 meses, que com as vacinas do plano nacional podem ficar protegidas de doenças como o sarampo, a rubéola ou formas graves de meningite.
Cerca de um terço dos óbitos ocorreram em lares
A responsável da DGS disse ainda que cerca de um terço das 567 mortes registadas ocorreu em lares ou residências para idosos, “um padrão expectável”, uma vez que os óbitos “têm ocorrido em população idosa e com múltiplas patologias quer estejam em lares ou no domicílio”.
“Desde o início que insistimos que antes de acontecer um caso de convid-19 deviam ser criados nesses lares, com a ajuda comunitária, condições para que a concentração de pessoas não fosse tão intensa para permitir o isolamento social”, afirmou.
Graça Freitas destacou ainda as duas medidas impostas desde o início — a proibição de visitas e a condição de que qualquer novo utente devia ter um teste negativo e ficar 14 dias em isolamento — “que nem sempre estão a ser cumpridas”.
Sobre a maior incidência de casos na região norte, a diretora-geral explicou que esse maior foco epidémico tem muito a ver “com a quantidade de casos iniciais”, explicada pela deslocação de muitos empresários à Lombardia, o epicentro do surto em Itália. A partir desses casos importados, “houve muitas cadeias de transmissão secundárias”.
ZAP // Lusa
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A pensar, a pensar. A pensar onde vou maldizer. Ainda a pensar… Bem, talvez pedindo ajuda ao Imperial College London.