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“Portugal já fez 302 mil testes. Mais (por mil habitantes) do que a Alemanha, Suíça e Noruega”

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Tiago Petinga / Lusa

Portugal ultrapassou a barreira dos 300 mil testes realizados à doença covid-19, revelou esta quinta-feira o secretário de Estado da Saúde, afirmando que este número é superior a países como a Noruega, a Suíça, a Itália e a Alemanha.

“Portugal ultrapassou a barreira dos 300 mil testes realizados. Desde o dia 1 de março foram realizados cerca de 302 mil testes diagnóstico covid-19 no nosso país. Estamos a falar de uma testagem de 27.925 pessoas por milhão de habitantes, o que à data é superior a países como a Noruega, a Suíça, a Itália e a Alemanha”, frisou.

O governante, que disse falava na conferência de imprensa diária para fazer o balanço da pandemia de covid-19 no país, acrescentou que cerca de 49% dos testes foram realizados em laboratórios públicos, 45% em laboratórios privados e 5% em outras instituições, nomeadamente académicas e militares.

“Há também cada vez mais utentes inseridos na plataforma Trace Covid. Neste momento são já mais de 135 mil nesta ferramenta que permite o seguimento através de cuidados de saúde primários dos doentes ou pessoas suspeitas”, disse António Lacerda Sales.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, desse número relativo à Trace Covid, “mais de 30 mil estão em vigilância clínica”. “Gostava de deixar uma palavra de reconhecimento a todas as pessoas que estão doentes, em convalescença nas suas casas, respeitando o isolamento obrigatório e garantindo assim, não só a sua recuperação individual, mas protegendo a nossa saúde coletiva”, disse o governante.

António Lacerda Sales também precisou que “desde 9 de março foram transferidos cerca de 2.300 doentes de hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para unidades da rede nacional de cuidados continuados integrados”.

E que, no mesmo período foram encontradas 230 respostas sociais, o que permitiu “libertar camas hospitalares cruciais nesta altura de maior pressão do sistema”. “Continuamos empenhados em garantir que o SNS continua a responder positivamente às diferentes fases da epidemia e o esforço de todos continua a ser tão determinante hoje como foi ontem”, concluiu António Lacerda Sales.

327 dos 820 óbitos foram em lares

Na mesma conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas revelou quee 820 mortes registadas até hoje por covid-19, 327 ocorreram em lares de idosos.

Nos lares ocorreram 327 óbitos, sendo que a distribuição pelo pais é de 180 na região norte, 106 no centro, 39 na zona de Lisboa e Vale do Tejo, um caso no Alentejo e outro no Algarve”, disse Graça Freitas na conferência de imprensa diária de atualização de informação sobre a pandemia em Portugal.

Segundo a diretora-geral da Saúde, a percentagem de casos de covid-19 na população mais idosa que vive em lares “é relativamente pequena”, lembrando, contudo, que esses espaços têm uma grande concentração de pessoas e que é fácil a propagação da doença, mesmo tomando as devidas precauções e as medidas de saúde já anunciadas.

“Obviamente que os lares são sítios de preocupação porque têm uma concentração de pessoas vulneráveis, uma população muito idosa e doente”, afirmou Graça Freitas.

Contudo, e apesar das preocupações com estes espaços, Graça Freitas afirmou que estar num lar “não é uma fatalidade” e sublinhou que “a grande maioria das pessoas que adoeceram nos lares estão bem e recuperadas”.

Na mesma intervenção, Graça Freitas voltou a frisar que o uso das máscaras não é obrigatório e não deve ser confundido com um descuramento das outras normas de higiene. “As máscaras não são a solução única, senão todos os problemas da humanidade estavam resolvidos neste momento. Bastava toda a gente usar máscaras”.

E alertou: “Podem fazê-lo, não podem é deixar de cumprir outras regras: a desinfeção frequente e lavagem de superfícies, a desinfeção frequente e lavagens de maçanetas e portas, a disponibilidade de solução alcoólica, água e toalhetes para limpeza, distanciamento social…”.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. O título é enganador. A Alemanha fez mais de dois milhões de testes. Portugal fez mais testes por milhão de habitantes. Este título, redigido desta maneira, também serviria para comparar com os EUA que, embora já tenham realizado mais de quatro milhões de testes, por milhão de habitantes dá o número de 13084. Fonte: Worldometer

  2. Muito tempo após o meu comentário a desmentir o título, alteraram-no sem referir a alteração. Não é correto. Qualquer edição posterior de um artigo deve ser referida em rodapé. Da forma como o fizeram, o comentário que fiz perdeu o sentido. Ou melhor, perderia se tivessem lido bem o site que indiquei e que me serviu de fonte. É que lá, não se lê o número de testes por mil habitantes mas por milhão.

    • Caro leitor,
      Napoleão Bonaparte dizia que não se deve atribuir à conspiração o que puder ser explicado de forma mais simples pela mera incompetência. O ZAP tem tradição de assumir os erros, agradecer os reparos e notificar as correções. Se não o fez neste caso, talvez seja mais simples explicá-lo com um lapso do que com uma qualquer intenção persecutória contra o leitor.
      Quanto à edição que fizemos no título, acrescentando “por mil habitantes”, optámos por este formato por ser mais curto do que “por milhão de habitantes”. É irrelevante qual a taxa que usamos, podia ser “por cem habitantes” – o que importa é clarificar que se trata de comparar taxas.

      • Explicação aceite. Lapsos, todos temos. Pelo menos, agora, o meu comentário de 23 de abril não fica com aquela aparência de disparatado. Quanto à taxa usada, sim, tenho que aceitar. Não sou especialista em estatística, embora tenha tido alguma formação nessa área. Mas já lá vão muitos anos. O que entendo bem é a diferença entre valores absolutos e valores relativos.
        Votos de continuação do bom trabalho que fazem a dar-nos informação!

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