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Portugal teve excedente orçamental de 0,2% em 2019

O ministro das Finanças, Mário Centeno

Em 2019, Portugal teve um excedente orçamental de 0,2% do PIB. Os dados revelados pelo INE provam que este é o primeiro excedente do país em democracia.

Portugal registou, no ano passado, um excedente orçamental de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e, entretanto, confirmados pelo ministro das Finanças, Mário Centeno. Este é o primeiro excedente do país em democracia.

Este é um valor 0,3 pontos percentuais acima das mais recentes estimativas do Executivo, que previa um défice orçamental de 0,1%. Em termos concretos, são 403,9 milhões de euros de excedente, escreve a RTP.

“Considerando valores para o ano terminado no trimestre, a capacidade de financiamento da economia passou de 0,6 por cento do PIB no 3º trimestre para 0,8 por cento no 4º trimestre de 2019”, lê-se no documento divulgado pelo INE.

Assim, segundo o INE, foi apresentando um “saldo positivo de 0,2 por cento do PIB no ano acabado no 4º trimestre de 2019, que compara com uma necessidade de financiamento de 0,1 por cento do PIB no trimestre anterior. Este resultado traduziu um aumento da receita superior ao da despesa, com variações de 0,8 por cento e 0,2 por cento, respetivamente”.

De acordo com a TSF, a administração central teve um défice de 3.278,6 milhões de euros; a administração local teve um superavit de 727,3 milhões; e a Segurança Social teve o melhor resultado: sobraram 2.955,2 milhões.

“Face às estimativas anteriores, os novos resultados determinaram uma revisão em alta de 0,2 pontos percentuais (p.p.) das taxas de variação do PIB em 2018, para 2,6% em volume e 4,3% em valor. Esta nova informação implicou também uma revisão em alta de 0,2 p.p. da variação em volume do PIB em 2019, divulgada na Estimativa Rápida para o 4º trimestre”, explica ainda o instituto.

O INE realça ainda que estes resultados não refletem ainda a situação atual causada pela pandemia de Covid-19.

A economia portuguesa está a ser alvo de um choque externo com consequências graves”, começou por dizer Mário Centeno, numa conferência de imprensa transmitida via Twitter. “Temos contudo algumas certezas: tudo faremos para voltar à normalidade e o país nunca esteve tão bem preparado para lidar com uma crise”.

Em relação ao excedente, Centeno disse que, “comparativamente com as outras economias da Europa ocidental, a economia portuguesa era a que mais crescia“.

“O fecho das contas de 2019 confirma o bom desempenho da economia e das contas externas. A economia cresceu 2,9%, pelo quarto ano consecutivo acima da média da zona euro”, disse, citado pela Sábado.

Na sua ótica, isto “demonstra a dinâmica que a economia portuguesa tinha e que foi agora abruptamente interrompida” pelo surto do novo coronavírus. Centeno reconhece ainda que a pandemia de Covid-19 terá “consequências graves”, não só em Portugal, mas em todo o mundo.

ZAP //

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