Portugal entrou esta quinta-feira na fase de mitigação da pandemia da covid-19 por determinação da Direção-Geral da Saúde (DGS), envolvendo todo o sistema de saúde, público e privado. Mas, na prática, o que significa este estado?
A fase de mitigação corresponde ao nível de alerta e resposta mais elevado. Trata-se da terceira e mais grave fase de resposta à doença covid-19 e é ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.
A resposta é focada na atenuação dos efeitos da doença e na diminuição da sua propagação, minimizando nomeadamente a mortalidade associada.
Na prática, significa que Portugal deixou de ser capaz de conter a propagação do vírus.
“Estamos na fase 3.2. Temos transmissão comunitária. Não é exuberante nem descontrolada, mas existe”, disse esta quarta-feira a diretora-geral da DGS, Graça Freitas, dando conta que esta é uma mudança de paradigma na forma como se enfrenta a doença e, por isso, é possível que exista alguma “turbulência”.
“Vamos passar das medidas da fase de contenção para as medidas da fase de mitigação. Como em todas as mudanças, a fase de transição pode ter alguma turbulência” porque “não se muda de paradigma assistencial de um dia para outro sem que exista turbulência”.
O Plano Nacional de Preparação e Resposta à Doença à covid-19, divulgado pela DGS, estabelece as “orientações estratégicas necessárias” para enfrentar a pandemia. “Para este efeito, foram desenhados níveis de alerta e reposta para Portugal, integrando evidência técnica e científica, nacional e internacional”, escreve o Público, citando o documento.
Ao todo, as fases de respostas incluem três níveis e seis sub-níveis.
Portugal está agora na fase de mitigação, onde já há transmissão comunitária. Depois de ultrapassar esta patamar resta a última fase, a de recuperação, período durante o qual a “atividade da doença decresce em Portugal e no mundo”.
O que muda? Quem é testado?
A preparação dos hospitais e centros de saúde para a covid-19 está definida numa norma que estabelece o modelo de abordagem da pessoa com suspeita de infeção ou com infeção, durante a despistagem, o encaminhamento e o tratamento dos casos.
Nesta fase de mitigação, os doentes ligeiros ficam em casa, os moderados vão aos centros de saúde, os graves, mas não críticos, são encaminhados para os hospitais e os críticos são internados. A partir de agora, centros de saúde e hospitais – privados e públicos – terão de dispor de áreas dedicadas à doença covid-19. Todos recebem doentes.
Nos hospitais com serviços de pediatria, “poderá ser adequado a reorganização dos serviços” para “dedicar unidades exclusivamente ao tratamento de doentes com covid-19 em idade pediátrica, após ser esgotada a capacidade de resposta dos hospitais de referência identificados para o tratamento dos doentes covid-19 em idade pediátrica”.
De acordo com a norma da DGS para a fase de mitigação, fazem testes de despistagem à covid-19 as pessoas com suspeita de infeção, isto é, que apresentam sintomas como febre, tosse persistente ou tosse crónica agravada e dificuldade respiratória.
Basta ter um sintoma e não a combinação de dois ou mais sintoma.
E se não for possível testar todos os suspeitos?
Caso não seja possível testar toda a gente suspeita de covid-19, a DGS definiu uma cadeia prioritária: primeiro, são os doentes com critérios de internamento hospitalar; segundo, os recém-nascidos e as grávidas; terceiro, os profissionais de saúde com sintomas.
Seguem-se os doentes com comorbidades (como asmáticos, insuficientes cardíacos, diabéticos, doentes hepáticos ou renais crónicos, pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica e doentes com cancro) ou pessoas com imunidade mais frágil; e as pessoas em situação de maior vulnerabilidade, como residentes em lares ou que estão em unidades de convalescença. Por último, testam-se as pessoas em contacto próximo com estes doentes.
A pandemia do novo coronavírus matou já pelo menos 20.599 pessoas em todo o mundo desde seu aparecimento em dezembro na China. Mais de 447 mil casos de infeção foram oficialmente diagnosticados em 182 países e territórios desde o início da epidemia.
Entre esses casos, pelo menos 104.300 são considerados curados.
Em Portugal há atualmente 43 mortes, mais 10 do que na terça-feira (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação à véspera. Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 2 de abril. Além disso, o Governo declarou o estado de calamidade pública para Ovar.
ZAP // Lusa
O vírus comporta-se como os portugueses, muda de estado por decreto governamental.
Falta aqui algumas fases no quadro apresentado:
– Estado de pânico generalizado (penso que este já aconteceu, mas não foi relatado)
– Estado de demência estatal
– Estado de incompetência governativa
– Estado de bancarrota das finanças e dos portugueses
– Estado de sítio
– Estado ditatorial (está a ocorrer)
E mais alguns estados que não me ocorrem por ora.
E o seu estado, José Raul, qual é?
O meu estado é muito diferente do seu, não demoro 6 meses para entender, se é que entendeu, e responder a qualquer comentário.
Sou tolerante e não ataco ninguém se não for atacado.
Respeito as opiniões de cada um, mesmo que não concorde.
Desculpe mas anda um pouco desfasado(a) no tempo e na oportunidade…
Certamente vocês estão melhores que os brasileiros e mais organizados que nossos governantes