Segundo o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a cidade do Porto também está interessada em atrair investimento angolano, que, fruto da “estratégia centralista portuguesa”, se tem concentrado muito em Lisboa.
“O que eu tenho visto é que o investimento angolano em Portugal têm-se concentrado fundamentalmente em grandes empresas – o que é perfeitamente é natural – mas também muito em Lisboa. Isso resulta de uma estratégia centralista portuguesa”, disse Rui Moreira aos jornalistas à margem da inauguração esta segunda-feira de uma nova agência no Porto do Banco BIC.
O presidente da Câmara do Porto disse haver muito interesse em “atrair investimento nesta cidade, nesta região”.
“Se temos a oportunidade de ter cá o Dr. Fernando Teles [presidente do conselho de administração do Banco BIC] (…), lembrar-lhe que nós também estamos interessados em investimentos angolanos. Estamos interessados em que aqui façam também os seus investimentos, em que nos visitam, em que venham cá fazer turismo, em vez de fazerem apenas em Lisboa. É apenas isso”, sintetizou.
Durante o breve discurso no momento da inauguração, Rui Moreira falou também da questão das ligações aéreas a Angola, a partir do Porto, tendo depois recordado aos jornalistas que enquanto presidente da Associação Comercial do Porto empenhou-se “imenso em que houvesse voos diretos entre Luanda e o aeroporto Francisco Sá Carneiro” uma vez que “muito do comércio estabelecido com Angola é de empresas aqui do Norte”.
“Na altura, a TAP não quis saber. Felizmente a TAAG interessou-se. Tem sido um sucesso, já aumentou a frequência de voos e eu gostaria muito que isso aumentasse”, disse.
O presidente da autarquia independente acrescentou ainda que espera que “um dia que a TAP deixe ser um instrumento apenas de um único ‘hub’ em Portugal, que também olhe para esta rota”.
“Mas entretanto espero que a TAAG continue a apostar no mercado do aeroporto Francisco Sá Carneiro. É muito importante para os portugueses que têm negócios com Angola, também é muito importante nesta perspetiva dos angolanos que, ao virem a Portugal, entram pelo Porto e aqui ficam, nos nossos hotéis, consomem nos nossos restaurantes, fazem compras no nosso comércio tradicional e veem também as perspetivas de investimentos”, justificou.
/Lusa