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Um Porto de extremos: saturado por hotéis, libertado pelo metro

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(dr) Metro do Porto

122 novos hotéis na cidade, investimento de quase 250 milhões de euros. Por outro lado, “zonas importantes” do Porto serão libertadas.

A importância do turismo no Porto é cada vez mais visível – e nos próximos tempos não vai abrandar, pelo menos na hotelaria.

122 processos de novos empreendimentos turísticos (87 deles são hotéis) em curso. Em 63 deles, as obras já começaram. Os dados são do boletim estatístico da Câmara Municipal do Porto, citados pelo Jornal de Notícias.

Passará a ser um total de 35 mil camas (mais 12 mil do que agora), num investimento global de 248,2 milhões de euros nestes novos edifícios.

É um “exagero”, critica Diogo Petiz, representante do movimento Habitação Hoje: “Numa simples caminhada até ao supermercado vamos encontrar três hotéis“.

“Isto vai reduzir o direito dos moradores à cidade”, continua na TSF: “A estratégia local da habitação do Porto indicava que 7 mil pessoas estariam em situação de carência económica e estamos agora a falar da possibilidade de 6 mil novos quartos, o que também revela uma espécie de impossibilidade política de resolvermos o problema da habitação, mas para o turismo temos esta capacidade brutal de continuar a construir”.

O Porto já está muito saturado e vai ficar ainda mais, vai sobrecarregar não só a baixa, como também os serviços públicos, e empurra-nos para fora da cidade”, acrescenta Diogo Petiz.

Liberdade

Por outro lado, e noutro contexto, o Porto vai ficar menos saturado de obras e com maior liberdade de circulação.

A Metro do Porto anunciou que, daqui até Junho, vão acabar os condicionamentos em vários pontos centrais: Rotunda da Boavista, Praça da Galiza, Hospital de Santo António, Praça da Liberdade e Praça Almeida Garrett.

O metrobus na Boavista começa em Junho, a Linha Rosa (São Bento-Casa da Música) fica pronta em 2025 e a Linha Rubi (Casa da Música-Santo Ovídio) será inaugurada em 2026 – provavelmente só parte do percurso.

Em relação às indemnizações aos comerciantes afectados pelos trabalhos, Tiago Braga, presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, disse ao Jornal de Notícias que foi pago até agora 861.304 euros, só na Linha Rosa. “Gostaríamos de ajudar mais, gostaríamos de compensar mais. É o possível”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. A construção de hotéis na Cidade do Porto sem qualquer critério ou justificação já tinha sido tentada pelo Executivo liberal/maçónico do Partido Socialista nos Anos de 1990 durante a governação autárquica do dr. Fernando Gomes e dr. Nuno Cardoso, tal não aconteceu graças ao Presidente Rui Rio que impediu esse esquema criminoso: «…Rio recorda as “obras a andar sem estarem licenciadas e com a própria Câmara metida nelas” e a “pressão” pela qual passou “para construir no Porto hotéis para o Euro 2004”. “E eu com uma dificuldade enorme em entender isso. Estamos em 2002 e querem fazer rapidamente um hotel para o 2004. Mas o Euro são duas ou três semanas. E depois o hotel? Eram coisas absolutamente irracionais…» (https://www.jpn.up.pt/2024/05/15/rui-rio-o-futebol-e-a-coisa-mais-importante-das-que-nao-tem-importancia-nenhuma/).
    O Executivo liberal/maçónico do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» representa os interesses do Partido Socialista e governa a Autarquia com o apoio dos restantes partidos que fazem parte da Assembleia Municipal do Porto (PS, PSD, BE, PCP/CDU, CH, PAN), representando politicamente o tráfico/consumo de droga e o crime.

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