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Portas, Putin, Lenine: a explicação para a guerra na Ucrânia

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Estela Silva / Lusa

Paulo Portas deixou uma origem histórica do conflito e falou sobre a manipulação das redes sociais na política.

O antigo líder do CDS/PP Paulo Portas disse neste domingo, em Óbidos, que partidos e instituições estão a ficar reféns da manipulação política das redes sociais e que tal poderá aniquilar as democracias.

“Os partidos, as instituições, estão a ficar completamente reféns da manipulação política das redes digitais, ou para a evitarem ou para a fazerem, e isto acaba mal”, afirmou Paulo Portas, sustentando que tal “pode acabar por aniquilar as democracias” como se conheceram até aqui.

O antigo ministro, que participou numa mesa de autores no Folio — Festival Literário Internacional de Óbidos, que decorre sob o tema “Risco”, aludiu aos riscos da Inteligência Artificial, dizendo que com ela “a ignorância está a ganhar estatuto de poder” e que “o algoritmo tem uma lógica absolutamente diabólica”.

Na mesa que partilhou com Michel Eltchaninoff, especialista na história do pensamento russo, para falar de “Futuro”, Paulo Portas falou também de passado, para argumentar que o presidente russo, Vladimir Putin, “não é um admirador de Lenine” e que Putin “considera que aquela intervenção especial na Ucrânia é também a correção de um erro de Lenine, que defendeu uma certa autonomia” deste país.

Certo, para os dois oradores, é que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia “será muito longa” e que o futuro, nesse campo, traz mais interrogações do que respostas.

Assumindo-se “absolutamente admirador de literatura e de música russa”, Paulo Portas manifestou o desejo de que “esta mania do cancelamento mútuo não atingisse a riqueza da cultura russa, que é uma das mais extraordinárias”, apesar de, na história do país, “os períodos de espírito livre serem muito escassos”.

Por isso, rematou, “os russos estão muito mais habituados a obedecer do que a escolher” e têm “uma tolerância com o poder autoritário central”.

// Lusa

6 Comments

  1. PP enganou-se ou não conhece a história da Ucrânia desde a tomada do poder pelos comunistas em 1917. Lenin foi o «gestor» impiedoso da tentativa da Ucrânia se separar da nova URSS. A história desses episódios e outros ocorridos nos anos ’30 já sob a ditadura de Stalin foram esmagadores para a Ucrânia e os ucranianos literalmente mortos de fome. Tudo isso é conhecido e devidamente documentado. A actual guerra da Rússia pós-estalinista segue a marcha soviética e ameaça desde o início com o uso da bomba nuclear. A resistência da Ucrânia tem sido extraordinária mas tem limites de os USA diminuírem o apoio à Ucrânia… cujo presidente é «denunciado como judeu» por Putin!

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