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Ponte em Lisboa pode estar em risco. “Está tudo bem”, garantem as autoridades

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Portugal Contra a Geringonça / Facebook

Ponte que liga as Amoreiras à ponte 25 de Abril, em Lisboa, próximo do viaduto Duarte Pacheco.

A ponte que liga as Amoreiras à ponte 25 de Abril, em Lisboa, próximo do viaduto Duarte Pacheco, apresenta pilares que parecem degradados, o que está a causar alarme, tanto mais depois da queda da ponte Morandi, em Itália. Mas a Infraestruturas de Portugal (IP) assegura que não há risco de segurança.

Uma fotografia dos pilares desta ponte que liga as Amoreiras à ponte 25 de Abril, em Lisboa, volta agora a ser notícia, depois de ter sido divulgada pela primeira vez em 2017, na página do Facebook “Portugal Contra a Geringonça”.

A queda da ponte Morandi, em Génova, Itália, lança de novo o alerta sobre a infraestrutura que fica próximo do viaduto Duarte Pacheco e cujos pilares apresentam um estado tosco, que indicia degradação.

Mas a Infraestruturas de Portugal (IP) assegura ao jornal Sol que estão garantidas as condições de segurança” e que tem “realizado a adequada monitorização do seu estado de conservação”.

Sobre o aspecto dos pilares, o Sol refere que resulta do “processo construtivo que foi utilizado” e que, deste modo, a “ponte não está degradada”.

O Expresso noticiava no ano passado como “dezenas de pessoas” enviaram emails para a Protecção Civil de Lisboa, “preocupadas pelo eventual perigo de queda” da ponte.

Nessa altura, a assessora de imprensa da Câmara de Lisboa, Luísa Betinas, garantia ao Expresso que “aqueles pilares são mesmo assim”. “São pilares estaca”, dizia, explicando que “são cravados na terra e ficam com aquele aspecto tosco”.

O responsável de comunicação da IP, Pedro Ramos, referia também ao semanário que “os pilares encontravam-se enterrados antes da construção do viaduto [Duarte Pacheco] em 1999”, no âmbito do empreendimento do Eixo Ferroviário Norte-Sul, e que depois da retirada da terra “não houve qualquer tratamento estético”. Apesar disso, “apresentam-se em boas condições”, sublinhava Pedro Ramos.

ZAP //

21 Comments

  1. “Está tudo bem” foi o que disse a concessionária da ponte Morandi antes dela cair !
    Há estudos feitos por técnicos que avisam do estado degradado daqueles pilares. Não é só o aspecto visual.

    • O mesmo se passou com a ponte HINTZ RIBEIRO. Fizeram-se filmagens nas sapatas da ponte, verificando-se problemas no enrocamento da estrutura resultantes da recolha de inerentes. A ponte… caiu (penso que a 2 de março de 2001) e culpados… continua tudo à solta (dos diferentes governos). Algumas das vítimas nunca foram encontradas, outras apareceram na Galiza.
      Estes problemas ora verificados na estrutura, não são de agora. Não foi o Costa que foi lá esfregar… as costas.
      PORTUGAL CONTRA A GERINGONÇA… é conversa de laranjas ressabiadas, cenouras podres, coelhos cegos, juventudes PSD e CDS – PIEGAS.

  2. Não é verdade a concessionária avisou, tanto assim é que em Fevereiro foi dado o alerta é em Maio foi lançado concurso.
    Se houve alguém que tivesse posto isso em causa foi o Movimento 5 Estrelas. Este hoje parceiro de Governo fez pública uma nota pondo em causa que a ponte estivesse a necessitar de intervenção urgente.
    Hoje vêm, e ao que parece com público, inverter as responsabilidades escondendo que se o concurso não avançou foi devido ao actual governo italiano.
    Já agora há alguns meses atrás já está questão do viaduto tinha sido levantada e, após análise levada a cabo pelo LNEC, se concluiu que não existia risco de colapso deste viaduto. Não vale tudo para se atingir os fins.

      • Olhe que não. A ponte de entre os rios tinha um alerta de segurança pelo facto de estar a ficar “descalça” pelas actividades dos areeiros. Além disso, contrariamente à este viaduto não teve uma vistoria especializada do LNEC.
        Devemos ter algum rigor quando mencionamos os processos.

  3. Só me questiono quem é desses tachistas irresponsáveís que será enforcado no que restar da ponte quando ela cair! Ou tencionam fazer como o Jorge Coelho quando caiu a de Entre-os-Rios, dizer que se demite e todos os rafeiros do regime a dizerem que foi uma atitude muito boa?! Não, não, vai ser preciso haver enforcamentos com as cordas penduradas no que restar da ponte!

  4. Compreendo perfeitamente o que são pilares feitos em estaca e compreendo que depois de retiradas as terras ou as camisas de estaca (caso tenha sido betonada com tubos metálicos) resulte num aspecto tosco. Explico para quem não tenha percebido o método construtivo. Quando um viaduto (uma obra de arte, não importa se é viaduto, se é passagem ou outra) é construída com o solo ao nível do tabuleiro (pode ser solo natural, ou pode até colocar-se aterro para apoiar o tabuleiro em cima do solo na fase da sua construção), os pilares são portanto nessa fase estacas, ou seja, são feitos furos na terra para se colocar a armadura de ferro ordinária e depois é colocado betão. Há casos, conforme a consistência do solo em que os furos são simples, e o betão é despejado directamente, outros, em casos mais arenosos, sedimentares, em que à medida que o bate-estacas faz o furo com o trado (broca) são enfiados tubos metálicos, a que se chama encamisamento, de modo a que se coloque a armadura e despeje o betão sem risco de colapso interno (há também outra técnica que é a utilização de bentonite, mas não vem agora para o caso). Portanto, os pilares são feitos para o interior da terra e nessa fase são estaca, somente passam a pilares quando se escava por debaixo do tabuleiro, quando afinal se faz o vale depois de estar feito o viaduto. dou exemplo de uma obra onde isto foi feito assim. Quando há mais de 20 anos se construiu as quatro vias ferroviárias na linha de Sintra (antes eram só duas, aproveitou-se para construir viadutos sobre a Cril, que ainda não existia, mas estava em projecto. Ora a Cril “cruzaria” a linha ferroviária em túnel, ou seja por debaixo da ferrovia. Mas como a Cril só veio a ser construída (terminada) nessa zona 10 anos depois, o que se fez foi retirar os carris (faseadamente, pois o serviço de comboio nunca foi interrompido), fazer estacas (que viriam a ser pilares) e um tabuleiro por cima delas, ao nível do solo, ao nível da ferrovia. Depois repôs-se os carris. Ou seja construiu-se uma plataforma de betão armado ao nível do solo à sua volta, mas suportada em estacas a grande profundidade. Anos mais tarde vieram os construtores da Cril, escavaram por debaixo desse tabuleiro e puderam fazer um túnel, pois as estacas passaram a ser pilares, quando as escavações as tornaram visíveis. Neste caso estavam encamisadas em tubos metálicos, provavelmente ao fim de 10 anos enterrados estavam com mau aspecto, podres, mas lá dentro desses tubos estavam as Estacas, agora pilares. Provavelmente retiraram os tubos à volta (à rebarbadora, soldadora, etc), limpara, escovaram, remendaram, trataram o betão , pintaram e hoje passamos por debixo, nos tuneis da CRil e não vemos pilares com mau aspecto, pelo contrário tudo muito limpinho e bonito, algo feito por quem sabe fazer bem feito, tem brio e decência. Neste caso do viaduto das Amoreiras os responsáveis pela manutenção, técnicos pagos pelo Estado, não têm esse sentido de decência, arte de bem fazer, brio, sentido de estética, e conforme escavaram as estacas, há não sei quantas décadas, deixaram à vista o aspecto tosco do método construtivo, e não acharam que seria oportuno e de um trabalho bem feito, picar o excesso, alisar, tapar fendas ou pequenos orifícios, reparar chôchos, etc, que sempre deve ser feito. Um bom acabamento das superfícies, com selantes, epoxys, hidrófugos e etc, trará mais durabilidade à peça e menos necessidade de andar sempre lá a inspeccionar. Para além disso a imagem ao público e a estética também são importantes. É a mesma coisa que eu ser escultor de bronze e retirar a estátua do molde de gesso e dizer que está pronta, vai para o pedestal com manchas e rebarbas, pois isso não compromente a estrutura no seu todo. É uma questão de profissionalismo meus jovens! É Brio!

    • Agradecido pelas suas informações de pessoa ligada ao assunto.
      Não sei tocar violino mas sei apreciar se for bem tocado…
      Nestes assuntos, também sei procurar outras opiniões de pessoas igualmente capacitadas e que fizeram o trabalho de casa.
      Leia o seguinte documento, principalmente ao que se segue…
      ### SÍNTESE DA INSPECÇÃO E ENSAIOS EFECTUADOS
      Em 1993 e 1994 o LNEC realizou uma inspecção visual e um conjunto de ensaios para
      caracterizar o estado de deterioração do Viaduto Duarte Pacheco {1}.
      Na inspecção visual verificou-se a ocorrência de fendilhação em vários elementos da estrutura.
      Essa fendilhação apresenta-se quer orientada ao longo das armaduras longitudinais, quer sem
      orientação preferencial definida (tipo “craquelé”).
      http://www.civil.ist.utl.pt/~cristina/GDBAPE/Artigos/be2004-6-03.pdf
      Pode ver que os subscritores não serão alguns toscos, e saberão do que estão a avisar.

      • Estimado Senhor Carlos. Não quero deixar de dar importância à sua preocupação, nem deixar de dar valor a uma busca de diversas e variadas fontes de informação para formular a sua opinião e que isso tem valor. Permita-me antes de mais esclarecer que não represento a Infraestruturas de Portugal, nem o município, nem qualquer organismo, nem aqui o noticioso Zap (de quem tenho duvidas quanto à competência em termos de profissionalismo e capacidade para exercer o jornalismo ou por outra a divulgação de noticias, que é coisa diferente, como anteriormente já esclareci, mas fiz mal, reconheço, porque acabei por ser chamado de “pateta” por alguém que pertencendo à redacção fingiu ser um mero leitor destinatário como eu e o senhor, para ter acesso a um direito e liberdade de expressão anónimo, completamente despropositado e infantil, com certeza habituado a falar com os da sua idade). Bem, desejo informar que actualmente estou retirado do exercicio de funções nas obras públicas, mas fui durante alguns anos técnico de uma unidade de engenharia da empresa Edifer Construções (anteriormente estive na Teixeira Duarte) e posteriormente fui fiscal na Metro da Porto… para depois uma carreira internacional ligada ao meio. Por favor senhor Carlos, não confunda o relatório do Lnec (referente ao viaduto Duarte Pacheco, relatório esse que foi elaborado numa data em que este viaduto em causa parece-me que ainda nem tinha sido construído), repito, não confunda relatorio do Lnec sobre o viaduto Duarte Pacheco, uma obra fabulosa tecnicamente, construída julgo que nos anos 40, com a analise do estado de um viaduto muito posterior e que passa ao lado e depois por debaixo deste (não nego no entanto que eventualmente este viaduto, tenha graves problemas, desconheço, apenas sabemos aquilo que informam os responsaveis da IP, que alegadamente vistoriaram ou mandaram vistoriar, de quem eu ou o senhor com certeza não colocamos as mãos no fogo). O que mantenho, é que a ser verdade que os pilares estão em bom estado, tal como informa o porta voz da IP e que o problema é só estética, digo-lhe eu – que já trabalhei em obras do género (conforme até já descrevi, numa obra de arte na Cril e posteriormente em obras de arte com técnicas similares, no Porto) – que é de muito pouco profissionalismo escavar em redor de estacas que estavam preparadas e foram edificadas com o intuito de serem pilares (isso define a profundidade das mesmas no projecto) e não lhes dar um tratamento de superfície, de alisar, de retirar excessos e torroes de inertes que não pertencem à estrutura, reparar deficiências, bolhas, ocos, e alguma ou outra falta de recobrimento que garanto-lhes, existe sempre em algum ponto das colunas. Não fazer esse trabalho, que pertence à “boa arte” foi uma falha da entidade que o encomendou e não o exigiu, pois devia ter exigido e provavelmente sem ter obrigação de pagar mais por isso. Isto é como mandar trocar os caixilhos de alumínio da nossa casa, que quando encomendamos ao serralheiro, não temos que pedir que aplique silicone nas frestas entre as novas janelas e as paredes, pois pertence à boa arte que o ponha. Mais, porque não tendo o “Dono da obra” exigido ao empreiteiro esse arranjo de superfície nos pilares, tornou-se sujeito ao que actualmente está a acontecer, todos fotografam, o povo fica alarmado e com razão (porque aquilo parece feio e mal feito, em mau estado e na volta até está) e sem necessidade. A propósito, ja conheço o assunto em apreço há uma boa meia duzia de anos, embora admita superficialmente, já me foram mostradas umas fotografias há uns anos e confesso na altura também fiquei alarmado, pois pensei que era realmente um mau estado e nunca imaginei que se tratasse de um trabalho, “de merda” que ali foi feito de origem, não sabia que havia empreiteiros capazes de deixar aquilo assim e que existissem fiscais (representando o Estado) que o permitissem.

  5. O que acontece nestas ex estacas e actuais pilares é que segundo imagens divulgadas aparecem armaduras verticais bastante corroídas, portanto em avançado estado de degradação logo e como muito bem diz faltaram aos muitos técnicos responsáveis por esta e outras infraestruturas do género a tal destreza e capacidade ou incompetência de fazer cumprir as boas normas da arte de bem construir ou conservar.

  6. Quando as pontes caem fazem se honras de estado… A ponte de entre os rios foi um exemplo… A culpa não é do estado… Mas do povo que os continua aplaudindo… A cada terriola que visitam… Uma multidão solicitando um beijinho… Um abracinho… Uma selfie para o Facebook… Porque será que as visitas são sempre feitas aos fins de semana e feriados… Adivinhem… Será que vão de borla ou para mamarem as deslocações e horas extras…? Já agora do orçamento de 17 milhões anuais quanto é que ele doou para os incêndios deste País ? Ou qualquer político ou deputado qual foi o seu contributo…. Há pois é… Os governos não fazem obras em nada porque quando houver desgraças… Estão os otarios dos Portugueses a fazerem peditórios para desgraças causadas pelos governantes… E desses milhões ainda vai o valor do IVA para os seus cofres… Venham mais desgraças que é isto que os governantes gostam e o povo aplaude.

  7. Pois aí é que está. ..muito bem falado ,é uma vergonha, a segurança do povo é menos valorizada…só o dinheiro que pagamos pelas estradas e pontes é que interessa e somos obrigados a pagar.

  8. Será que foi feito o estudo Geotécnico do sobressolo?, e quem passou o certificado do mesmo?, qual é o grau de responsabilidade na obra?. aqui deixo as minhas duvidas dos nossos engenheiros que só sabem andar de gravata nas obras. e deixam os encarregados sem curso, com a sua experiencia a gerir os trabalhos em curso.

  9. QUAL A ADMIRAÇÃO?!!! A PONTE ESTÁ COMO O PAÍS: A CAIR DE PODRE… E AINDA ANDAM UMAS CERTAS INDIVIDUALIDADES A DIZER QUE ESTÁ TUDO BOM TUDO ÓPTIMO… CERTAMENTE FAZ LEMBRAR O REI VAI NU…. O PAÍS ESTÁ FEITO NUM MOLHO DE BRÓCULOS, PARA NÃO DIZER UMA MERD@ AUTÊNTICA….

  10. Basta ver a fotografia, vesse logo a óptima apresentação em que toda a estrutura se encontra, se cair quem se lixa é o mexilhão, pena não conincidir com uma passagem duma comitiva ministerial.

  11. Isso está assim desde 1998, quando foi introduzido o comboio na ponte.
    Esta polémica voltou a surgir quando o comboio do google passou por baixo do viaduto e as imagens surgiram.
    Desde 1998 não está melhor, nem pior, está igual e digo eu que passo (quase) todos os dias no urbano de Alcantara-Terra para Oriente.
    É feio? É.
    Está podre? Não.

  12. Constou-me que o viaduto aguenta pelo menos até às próximas eleições. Se a geringonça ganhar, talvez se arranje um dinheirito para uns retoques (como estavam a fazer na ponte Morandi, tão bonita pintada de fresco nas fotos antes do desastre…). Se não ganhar, talvez aquilo caia como fruta madura e ficam os encargos para o novo inquilino de S. Bento. Evidentemente, o Sr. presidente não se esquecerá da necessidade de (só) apurar responsabilidades. Quanto a encontrar e punir exemplarmente responsáveis, a conversa será outra: lenta, desculpada, a sacudir a água do capote. Até às calendas gregas…

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