A Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, vai “impugnar judicialmente” a multa, de 26 milhões de euros, que foi aplicada à cadeia de supermercados que detém na Polónia, a Biedronka, disse fonte oficial do grupo à Lusa.
“A Jerónimo Martins Polska (JMP) discorda do entendimento e da conclusão da Autoridade Polaca da Concorrência e Proteção do Consumidor (UOKiK) e irá impugnar judicialmente a decisão”, indicou a empresa à agência Lusa.
Em causa estão alegadas práticas, segundo a UOKiK, “de apresentação incorreta de preços” aos clientes, que motivaram várias queixas contra a empresa.
De acordo com este organismo, os preços anunciados nas prateleiras não correspondiam aos que eram depois cobrados na caixa, e que acabavam por ser mais elevados, lê-se num comunicado hoje divulgado, que indica que estas práticas remontam pelo menos a 2016.
Além disso, a UOKiK relatou que vários produtos não tinham preço e deu exemplos de consumidores que se sentiram prejudicados.
A Jerónimo Martins discorda e explica as discrepâncias com a “escala de operações da Biedronka”, que conta naquele país com “mais de três mil lojas, cerca de 70 mil colaboradores e mais de quatro mil milhões de visitas de clientes entre 2017 e 2020”, de acordo com a resposta enviada à Lusa. “Há sempre a possibilidade de, por erro humano, faltarem alguns preços ou estarem mal colocados”, garantiu a mesma fonte.
“A empresa tem tomado medidas robustas, e acima das práticas do mercado, para reduzir estes erros pontuais, tendo estas medidas já produzido efeitos. Mantemo-nos firmes na nossa estratégia de fornecer produtos de qualidade a preços baixos todos os dias, criando valor e apoiando as famílias polacas e a produção e fabrico de alimentos na Polónia, especialmente nestes tempos difíceis”, referiu o grupo português.
Lucro caiu 36,2%
O lucro da Jerónimo Martins caiu 36,2% no primeiro semestre, face a igual período de 2019, para 104 milhões de euros, anunciou o grupo, a 29 de julho. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa referiu que as vendas subiram 4,6% para 9.317 milhões de euros, impulsionadas pela Biedronka.
“O forte desempenho da Biedronka mais do que compensou a queda de vendas em Portugal e a pressão da desvalorização do zloty e do peso colombiano”, lê-se.
No primeiro semestre, as vendas da Biedronka cresceram 7,8% para 6.536 milhões de euros, dos quais 3,3 mil milhões de euros foram realizados no segundo trimestre (+3,4% do que no período homólogo de 2019). “No período dos seis meses, a Biedronka abriu 34 novas localizações (29 adições líquidas) e procedeu a 71 remodelações”, referiu o grupo.
“Embora os trabalhos de início de construção de novas lojas tenham estado suspensos no início da crise pandémica, a Biedronka finalizou todos os projetos que já havia iniciado e começou, a partir do final de maio, a fazer avançar os projetos em carteira”, acrescentou.
// Lusa
Prática comum em Portugal, só que os reguladores são diferentes.
pensam que estao em portugal.
muitos consumidores nem se aprercebem dessa variaçao de preço na hora de pagar.
se fosse em portugal aposto que fechavam os olhos ou a multa era de um valor de tapar os olhos, mas la fora nao brincam em serviço