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Politécnico de Bragança ameaça retirar apoios a estudantes que desrespeitem regras sanitárias

Tiago A. Pereira / Flickr

Esta terça-feira, o presidente do Instituto Politécnico de Bragança avisou os estudantes que está a pensar cortar apoios sociais àqueles que desrespeitarem as regras sanitárias.

O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Orlando Rodrigues, avisou esta terça-feira os estudantes que está a pensar seriamente cortar apoios sociais àqueles que desrespeitarem as regras sanitárias impostas pela pandemia da covid-19.

O aviso foi feito durante uma sessão de esclarecimento sobre a covid-19, por videoconferência, promovida pela Associação de Estudantes Africanos, depois de terem surgido dois surtos de contágio entre colegas, associados a festas e ajuntamentos que têm obrigado à intervenção das autoridades.

O presidente do politécnico advertiu para as consequências destas atitudes podem passar pelo corte de apoios que a instituição está a dar aos alunos, desde o banco alimentar a bolsas. “Estamos a pensar seriamente em cortar esses apoios sociais em todas as situações de manifesta infração, incumprimento que surjam”, afirmou, salientando que a medida se aplicará a todos os alunos que desrespeitem as regras.

Orlando Rodrigues ressalvou que “a maioria dos estudantes do IPB têm sido exemplares”, mas “o impacto das ações de uma minoria muito reduzida pode ser muito negativo em toda a comunidade”.

Na sessão, que foi transmitida no canal do IPB no YouTube, participou também a Autoridade de saúde regional, Inácia Rosa, que, questionada pelos estudantes sobre o número de casos confirmados, respondeu apenas que existem dois surtos no IPB, entre a comunidade africana.

“A quantidade não interessa, são casos residuais”, disse, acrescentando que o primeiro surto “está praticamente controlado”, e que o segundo “está a surgir” e oferece preocupação, pois tratam-se de pessoas que “saltam” entre localidades, nomeadamente entre a região e Lisboa.

Inácia Rosa reconheceu, no entanto, que Bragança esteve muito bem no início da pandemia e “agora são muitos casos”. “Não estávamos habituados.”

Esta sessão virtual de esclarecimento contou com pouco mais de uma centena de assistentes entre alunos, comunicação social e outros intervenientes do politécnico, que tem mais de 2.000 estudantes africanos entre os quase nove mil estudantes.

A Associação de Estudantes Africanos já tinha publicado um comunicado a reprovar o comportamento daqueles que infringem as proibições de ajuntamentos e justificou a sessão de hoje com o objetivo de “evitar as situações menos agradáveis” que têm sido presenciadas, assim como de contribuir para conter e extinguir o foco de transmissão do vírus com a ajuda de todos.

O presidente da associação, Wanderley Antunes, agradeceu a oportunidade de os estudantes africanos estudarem na cidade de Bragança e prometeu “tudo fazer para limpar a imagem” que se tem criado em torno da comunidade.

O dirigente pediu ainda aos colegas para estarem atentos a ajuntamentos e festas em casa e para avisarem no caso de detetarem este tipo de situações.

O distrito de Bragança contabiliza, desde o início da pandemia, 364 casos de infeção pelo novo coronavírus e 24 mortes associadas à covid-19.

ZAP // Lusa

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