A polícia de Hong Kong realizou, esta quinta-feira, novas buscas nos escritórios do magnata dos media e ativista pró-democracia, segundo o seu assessor.
O assessor de Jimmy Lai, Mark Simon, escreveu no Twitter que 14 polícias entraram no escritório do fundador da empresa de media Next Digital, detentora do jornal pró-democracia Apple Daily, e confiscaram documentos.
O magnata dos media, de 71 anos, é uma figura pró-democracia que critica regularmente o Governo chinês e de Hong Kong.
Não está ainda claro o que é que a polícia procurava ou por que razão realizou a operação. A polícia de Hong Kong não respondeu até ao momento a um pedido de comentário.
“Falei com a polícia, eles disseram que permaneceriam até à chegada de nosso advogado”, escreveu Simon. “Eles não fizeram isso, pegaram nos documentos e partiram antes que o nosso advogado chegasse”, acrescentou.
A operação ocorreu antes da audiência de Lai agendada para hoje no tribunal, sob a acusação de ter participado numa reunião não autorizada a 4 de junho, uma vigília que assinalava a sangrenta repressão da China em Tiananmen, em 1989.
Esta é uma vigília que é realizada anualmente, mas que foi proibida pelas autoridades este ano, com a justificação do risco pandémico.
Simon disse no Twitter que a polícia “ainda está a tentar transformar as disputas civis em casos criminais”. E adiantou que os fundos que Jimmy Lai usava para apoiar o Apple Daily foram congelados.
A polícia deteve Lai, em agosto, no âmbito da nova lei de segurança nacional de Hong Kong, e também fez buscas na sede da Next Digital, com o empresário a ser libertado mais tarde sob fiança.
A lei de segurança nacional, que proíbe a subversão, a secessão, o terrorismo e o conluio com forças estrangeiras para interferir nos assuntos internos de Hong Kong, aumentou os receios de que será usada para silenciar dissidentes.
Os ativistas pró-democracia afirmam que a legislação acaba efetivamente com o princípio “Um País, Dois Sistemas” sob a qual a semi-autónoma Hong Kong funciona desde que Pequim assumiu a administração da ex-colónia britânica em 1997.
// Lusa