O plano do Japão para construir um elevador espacial até Marte

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Obayashi Corporation

A empresa japonesa Obayashi Corporation quer construir um elevador espacial até 2050 — mas há muitos desafios pela frente até que o louco plano se possa tornar real.

Imagine um enorme cabo que ligasse a Terra ao Espaço, capaz de nos lançar em órbita por uma fração dos custos atuais e de nos impulsionar para outros planetas a velocidades sem precedentes.

Este é o conceito de um elevador espacial, uma ideia revolucionária lançada em 1979 por Arthur C. Clarke na sua novela The Fountains of Paradise, que poderia reduzir drasticamente o tempo e as despesas das viagens espaciais.

Em vez de demorar seis a oito meses a chegar a Marte, um elevador espacial poderia reduzir a viagem para três a quatro meses, ou mesmo para 40 dias.

A ideia de elevadores espaciais não é nova, mas a ambição de construir um só recentemente ganhou grande força. Um dos mais notáveis proponentes é a empresa japonesa Obayashi Corporation, conhecida por ter construído a Tokyo Skytree, a torre mais alta do mundo.

Em 2012, a Obayashi anunciou planos para construir um elevador espacial até 2050, estimando o custo do projeto em 100 mil milhões de dólares. Embora não se espere que a construção comece em 2025, como inicialmente planeado, a empresa está ativamente empenhada na investigação, desenvolvimento e criação de parcerias.

O lançamento de objetos para o Espaço através de foguetões é proibitivamente caro devido à equação do foguetão, que necessita de grandes quantidades de combustível para ultrapassar a gravidade da Terra. Um elevador espacial, no entanto, eliminaria a necessidade de foguetões e de combustível, explica a Insider.

Em vez disso, a carga seria transportada através de veículos electromagnéticos chamados trepadores, alimentados remotamente por energia solar ou micro-ondas.

Isso poderia reduzir o custo do envio de mercadorias ao espaço para apenas 57 dólares por quilo, em comparação com o custo de 1227 dólares por quilo dos foguetes Falcon 9 da SpaceX.

Um dos maiores obstáculos na construção de um elevador espacial é o material para o cabo. Os materiais tradicionais, como o aço, seriam demasiado pesados e em quantidade insuficiente.

A Obayashi Corporation considerou os nanotubos de carbono, que são muito mais fortes e leves do que o aço.

No entanto, o nanotubo mais comprido alguma vez produzido tem apenas cerca de 60 centímetros, muito aquém dos 35 000 quilómetros necessários para atingir a órbita geosíncrona. Assim, poderá ser necessário desenvolver novos materiais.

O cabo também seria vulnerável a fatores ambientais, como relâmpagos, condições meteorológicas extremas e potenciais ataques terroristas.

A localização da base no equador, em mar aberto, poderia atenuar alguns destes riscos, mas não os eliminaria totalmente.

Além disso, o enorme custo da construção exigiria um investimento financeiro significativo e esforços de colaboração entre vários sectores.

Apesar destes desafios, a Obayashi Corporation continua otimista. Embora o objetivo de ter elevadores espaciais operacionais até 2050 seja ambicioso e repleto de incertezas, os potenciais benefícios fazem com que o esforço valha a pena.

ZAP //

2 Comments

  1. O título está incorreto, pois seria completamente impossível fazer um elevador até Marte. A ideia é fazer o elevador até ao espaço, até à órbita terrestre.

  2. A ideia foi há muito posta de lado devido a algo muito simples e que o artigo aborda (ainda que de passagem…): O peso do cabo. O cabo, teria que ser resistente o suficiente para suportar o próprio peso e o peso da carga, assim como resistir à enorme variedade de condições (climatéricas, variações de temperatura, etc…) a que ficaria sujeito ente a terra, e a exosfera (a camada superior da nossa atmosfera).

    Não existe nenhum material suficientemente resistente para cumprir esta tarefa.

    Algo como isto seria a chave, não para viajar para marte (digo eu…), mas para a construção de um habitat robusto, de dimensões e condições aceitáveis, em órbita da terra, que servisse como base de operações para viagens a Marte, Lua, etc.

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