O projeto de elevador espacial, com a assinatura do arquiteto Jordan William Hughes, recebeu, recentemente, um prémio no valor de mais de 10 mil euros. A tecnologia revolucionária nasceu para vir a ser uma alternativa mais eficiente e barata às viagens espaciais tradicionais.
O conceito do arquiteto britânico Jordan William Hughes, denominado Ascensio, ganhou o prémio de Arquitetura e Inovação Espacial da Fundação Jacques Rougerie, em Paris.
O projeto, que transportaria passageiros para o Espaço, liga um navio instalado no oceano a uma plataforma na órbita da Terra através de uma estrutura semelhante a um cabo. “Revolucionaria a forma como chegamos e saímos do Espaço e torná-lo-ia mais viável”, disse Hughes, em entrevista à BBC.
Esta ligação permitiria que pequenos drones subissem e descessem através do cabo, transportando pessoas e carga entre o porto ao nível do mar e uma estação espacial situada a mais de 26 mil quilómetros acima da Terra.
O porto, que funciona como uma âncora, foi concebido para ser instalado numa plataforma móvel para evitar as condições meteorológicas instáveis e perigosas da Terra.
“O meu projeto pretende basear-se em todos os conceitos anteriores para mostrar a realidade do que pode ser possível: um elevador espacial leve e móvel que ligue o oceano às estrelas”, sublinhou Hughes. “Queria conceber um projeto que eu próprio adoraria visitar, algo que pudesse ser eficiente e sustentável, mas também luxuoso e extravagante.”
Os elevadores espaciais resolveriam de uma forma natural os maiores obstáculos às viagens espaciais, evitando a necessidade de foguetões pesados, dispendiosos e pouco amigos do ambiente para aceder à órbita do nosso planeta.
“A possibilidade de a humanidade dispor de uma série de portais verticais contínuos para o Espaço revolucionaria radicalmente a indústria espacial, tornando muito mais económico e realista o transporte de carga e de turistas”, vaticinou.
Tecnologia de difícil execução
Muito especialistas concordam que o projeto Ascensio é um vislumbre de um futuro empolgante, sustentável e seguro para a exploração espacial, mas são vários o que creem que os elevadores espaciais serão muito difíceis de implementar.
O International Space Elevator Consortium (ISEC), uma organização que promove os elevadores espaciais como método de transporte para a órbita, é mais otimista e acredita que só precisaríamos de um material suficientemente forte e leve para suportar o seu próprio peso e o da carga útil.
Até há pouco tempo, o único material candidato eram os nanotubos de carbono, mas o seu fabrico nas quantidades necessárias revelou-se um desafio que os especialistas ainda não conseguiram resolver.
Atualmente, existem três formas possíveis de fabricar o fio: nanotubos de carbono, nitreto de boro hexagonal e grafeno monocristalino. Este último é o mais promissor, ainda que os especialistas não disponham dos meios para o fabricar nas quantidades necessárias.
O trabalho de Jordan William Hughes é totalmente inspirado na ficção científica e, muito provavelmente, não virá a ser uma realidade tão cedo – apesar de o pai do projeto acreditar que, embora seja ainda “um pouco fantasioso”, “irá acontecer no futuro, porque esta é a única forma de as viagens e a exploração espaciais funcionarem e se tornarem eficientes”.
A verdade é que não podemos afirmar que a invenção é ilusória com tanta veemência.
O inventor e escritor britânico de ficção científica Arthur C. Clarke deixou uma vasta obra de divulgação científica, mas a sua contribuição de maior importância para a Ciência é o conceito de satélite geoestacionário, que propôs num artigo científico intitulado Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage? e que se tornou uma realidade.
Desde então, a órbita geoestacionária é também conhecida como órbita Clarke.
A obra do inventor está repleta de ideias revolucionárias, que antecipavam futuros inimagináveis na altura em que as lançou. Um exemplo disso é, precisamente, o seu elevador espacial, invenção descrita na sua premiada novela The Fountains of Paradise.
Caso para dizer que Arthur C. Clarke previu o futuro e acertou. A questão que se mantém é: acontecerá novamente? Pelo menos Jordan William Hughes já deu o primeiro passo.
Ainda bem que não é o arq. Calatrava
Vejam esta noticia da BBC de 14 de setembro 2018 que descreve o projeto japonês de um elevador espacial.
https://www.bbc.com/portuguese/geral-45520754
Caro leitor,
Obrigado pela nota. O ZAP deu notícia desse projeto no dia 5 de setembro de 2028.
“Japão prepara-se para testar o mítico elevador espacial”
https://zap.aeiou.pt/japao-testar-elevador-espacial-216885
Este projeto já foi apresentado pala NASA há mais de 10 anos, eu próprio fiz investigação sobre isso quando na altura me surgiu a ideia. A minha proposta era com este tubo também resolver o transporte transcontinental utilizando planadores que utilizariam o tubo por aspiração.