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Plano do Governo é uma “aspirina” e o do PSD “uma agradável surpresa”, diz Marques Mendes

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Mário Cruz / Lusa

Luis Marques Mendes

O Plano de Estabilização Económica e Social do Governo “soa a uma certa desilusão, esperava mais”, indicou o analista social-democrata Luís Marques Mendes, afirmando que o primeiro-ministro apresentou um plano que é “uma asprina, não é um anti-inflamatório e muito menos um antibiótico”.

No seu comentário deste domingo na SIC, citado pelo Expresso, Marques Mendes elogiou o programa do Partido Social Democrata (PSD), referindo que este é uma boa surpresa com medidas “ambiciosas”, embora “a mensagem” tenha sido “muito mal vendida”.

O plano do Governo tem “medidas na dimensão certa”, mas também “um aglomerado de pequenas medidas”, faltando coerência e “rumo”, tendo “umas medidazinhas para agradar ao BE, outras para ir de encontro ao PSD”, disse o comentador.

Relativamente ao anúncio do Banco de Fomento, apontou: “Chega de repetir promessas, já não há paciência para o Banco de Fomento”. Considerou ainda “indigente” o programa sobre Justiça, por não ter um esforço de desburocratização.

O social-democrata frisou o facto de haver sócios-gerentes de empresas que “ao fim de três meses ainda não receberam um euro” e que os seguros de exportação continuam parados no gabinete de Mourinho Félix.

O comentador mencionou um alegado “mal estar” no Governo por causa da nomeação de António Costa Silva, que acredita ser uma “mais-valia” o facto de o primeiro-ministro ter um conselheiro com uma visão de fora.

Marques Mendes falou igualmente sobre a questão da TAP, sublinhando que “um conflito” entre António Costa e Pedro Nuno Santos “é péssimo para ambos. É péssimo dar a imagem de que não tem um Governo coeso”, disse, acrescentando que o ministro tem razão por querer reforçar os poderes do Estado do conselho de administração, algo que “o primeiro-ministro não quer”.

Sobre o caso Maddie, indicou que as últimas notícias podem ajudar a família a encerrar o assunto, mas coloca em causa o prestígio da Polícia Judiciário. “A PJ não saiu bem há 13 anos. Não é o facto de não ter tido sucesso na altura. Há muitas investigações que não têm sucesso, mas neste caso ficou a ideia em muito boa gente que a qualidade daquela investigação foi deficiente, que não se exploraram todas as pistas que havia a explorar a tempo e horas”.

A reabertura deste processo pode ser uma oportunidade para as autoridades portuguesas “melhorarem a imagem no presente e no futuro”, notou.

Quanto ao combate à covid-19 em Lisboa, “as autoridades acordaram um bocadinho tarde” mas finalmente “estão com mão firme a aumentar os testes e a fiscalização”.

ZAP //

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