A Polícia Judiciária rejeitou uma investigação conjunta com a Scotland Yard ao desaparecimento de Madeleine McCann, mas a polícia britânica está “cautelosamente optimista” em avançar com diligências em Portugal em breve, adiantou o vice-comissário adjunto, Martin Hewitt.
“O ideal seria uma investigação conjunta, mas a polícia portuguesa entende não ser necessário”, disse hoje num encontro com jornalistas.
Martin Hewitt garantiu serem “normais dentro da estrutura europeia” este tipo de investigações conjuntas e referiu lembrar-se de “três ou quatro exemplos” no Reino Unido, entre a polícia britânica e forças policiais estrangeiras.
Ainda assim, Martin Hewitt, que é responsável pela divisão de Crime Organizado e Operações, mostrou-se “mais optimista do que antes” numa resposta às três cartas rogatórias internacionais com diligências que gostariam de fazer e a aprovação para agentes britânicos acompanharem os polícias portuguesas nestas ações.
As cartas foram enviadas para Portugal entre Outubro e Fevereiro à Procuradoria-Geral da República, a quem cabe analisar e aprovar os documentos antes de os passar à Polícia Judiciária.
Hewitt, que em Março se manifestou “frustrado” com a lentidão do processo, adiantou ter a noção de que alguns pedidos serão recusados, mas que estes “não são fatais” para a investigação.
“Estou cautelosamente optimista em conseguir avançar com as linhas de investigação em Portugal. Estou confiante de que até ao final da semana teremos uma resposta escrita e que a maior parte dos pedidos serão aceites”, adiantou.
O vice-comissário adjunto explicou que, após a formalização desde deferimento, será iniciado o planeamento e calendarização das diligências.
“Teremos actividade da polícia portuguesa num futuro não distante. A esperança é que estaremos envolvidos e trabalharemos de forma próxima”, vincou.
A investigação britânica começou em 2011, na sequência de um apelo público dos pais de Madeleine McCann, ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, para lançar uma revisão “independente, transparente e completa” de toda a informação relativa ao desaparecimento da filha.
A 12 de Maio de 2011, a ministra do Interior, Theresa May, com o apoio de Cameron, pediu à Polícia Metropolitana para iniciar uma revisão ao caso, invocando o “elevado interesse público” e “dimensão internacional”.
Em Abril de 2012 a polícia britânica deu conta dos primeiros resultados da investigação, ao identificar “195 novas oportunidades de investigação” e a 4 de junho anunciou a abertura de um inquérito formal.
Martin Hewitt reiterou hoje que a Scotland Yard se mantém “em contacto permanente” com a ministra do Interior e com o primeiro-ministro, mas que não foi pedida nenhuma intervenção junto das autoridades portuguesas, apesar da disponibilidade de ambos para o fazer.
Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de Maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve.
/Lusa
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