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Pai de Valentina terá confessado o crime e ilibado a sua companheira

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Carlos Barroso / Lusa

A Polícia Judiciária (PJ) de Leiria esteve este domingo com os dois suspeitos do homicídio da criança de 9 anos assassinada na Atouguia da Baleia, em Peniche, a reconstituir o crime, na casa onde terá ocorrido.

Os dois suspeitos da autoria dos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, o pai e a madrasta da menina, Valentina, estiveram a colaborar na reconstituição do crime na casa do suspeito, referiu a mesma fonte à agência Lusa.

Outras diligências continuam a ser efetuadas, para reunirem provas de que o crime foi levado a cabo pelo pai e pela madrasta da criança durante o dia de quarta-feira.

Em conferência de imprensa, o coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Leiria, Fernando Jordão, referiu que o corpo da criança terá sido levado para uma zona de mato na Serra D’El Rei, em Peniche, onde foi tapado com arbustos.

“Estamos a verificar [o cenário da morte], mas claro que terá de ter acontecido em algum contexto de violência“, disse o mesmo responsável da PJ, salientando que, “à partida” não terá sido uma morte acidental.

O coordenador da PJ de Leiria adiantou que a morte terá ocorrido “por questões internas do funcionamento da família”, não revelando mais detalhes. O responsável esclareceu que esta situação não terá correlação com o desaparecimento da criança numa outra ocasião.

O Jornal de Notícias escreve que as autoridades não sabem ainda qual terá sido a causa da morte da menina, mas a hipótese de asfixia está a ser estudada. De acordo com o mesmo jornal, terá sido o pai de Valentina a confessar o crime.

Também o Correio da Manhã avança que terá sido o pai de Valentina a contar as autoridades o que aconteceu, dizendo que se tratou de um acidente. O progenitor da criança iliba a sua companheira da morte da criança, sem adiantar se esta o ajudou a esconder o corpo da menina, segundo o mesmo jornal.

Valentina iria ficar com a mãe

Também nesta segunda-feira, o jornal Público escreve que a menina ia ficar afastada do progenitor durante bastante tempo, uma vez que o seu pai tinha planeado emigrar para a Bélgica com a família já dentro de uma semana, para trabalhar na construção civil.

Valentina iria ficar aos cuidados da sua mãe.

A menina, de nove anos, foi dada como desaparecida na manhã de quinta-feira por uma denúncia feita pelo pai no posto da GNR de Peniche.

As buscas contaram com o envolvimento de “mais de 600 elementos ativos, numa área de percorrida de sensivelmente de quase 4 mil hectares, palmilhada mais do que uma vez em alguns locais”. A SIC Notícias observa ainda que o pai e a madrasta de Valentina nunca participaram nas operações de busca pela menina.

O corpo da criança foi encontrado a meio da manhã deste domingo, mas a PJ não quis confirmar se foram os suspeitos a indicar o local onde deixaram a vítima.

ZAP // Lusa

10 Comments

  1. Quem iliba a companheira, se ilibarem, são os tribunais… Não é agora um criminoso que iliba quem quer que seja.

      • E antes de ser acusada tem de ser investigada, o que implica não apenas apenas o seu testemunho e provas recolhidas como o testemunho de outros. Em última instância pode ser “ilibada” pelo depoimento, entre outros, do companheiro.

      • Ou seja, tal como eu disse: Não é o depoimento do companheiro que iliba a companheira. Mas depois de ouvir o depoimento do companheiro, o tribunal pode achar que há provas suficientes para a ilibar. É o tribunal que a iliba, ou quando muito a polícia, se decidir não haver provas para a acusar.

        Ela não precisa de ser acusada para ser ilibada. Se for suspeita, poderá ser interrogada e depois mais tarde ilibada. Mas nunca é o companheiro que vai dar a ordem de a ilibar: “olha, ilibem lá a gaja que ela não fez nada”.

      • Ela pode até nem ser acusada, se da investigação resultar a ideia (a qual pode em parte resultar do testemunho do companheiro mas duvido que apenas se baseie nesse facto) que não teve qualquer participação ou conhecimento do facto.

        Quanto a esta frase
        “Se for suspeita, poderá ser interrogada e depois mais tarde ilibada”
        Ao ser suspeita não é culpada; pode ser interrogada e nem ser constituída arguida. Logo, o seu raciocínio atropela aí uns passos processuais.

  2. Portanto o “criminoso” não pode ilibar uma pessoa (tem que ser um tribunal) mas um comentador pode condenar um “criminoso” (sem este ter sequer passado por um Tribunal). A justiça popular é sempre perigosa.

  3. Este país vai de mal a pior, cada vez mais casos de crimes horrorosos e uma justiça que bloqueou no tempo ou na casmurrice ideológica dalguns políticos e partidos, repare-se o caso da pena máxima de 25 anos, se alguém matar uma centena de pessoas, apanhará apenas 3 meses por pessoa e ainda possivelmente não cumprirá a pena toda. Se vivemos em democracia tal como apregoam, porque não dar ao povo o voto directo em assuntos de estrema importância para o país em vez de votarmos em pessoas que fazem do nosso voto o que bem entendem?.

  4. Uma sugestão : em casos monstruosos como este, não intitulem de PAI ou de Mãe indivíduos que não passam de simples progenitores, cujo qualificativo, já é demais para um tais monstros !

  5. Foi pena não ter emigrado um mês antes! Continuo a não perceber como é que a mãe da criança e a CPCJ não se tivessem apercebido da gravidade da fuga da criança, de casa do pai, e continuaram a permitir estas visitas sabendo que a criança saiu de casa porque não se sentia lá bem, provavelmente, por ser sujeita a violência.

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