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Suspeitas de dados falsos levam PJ a fazer buscas no Hospital de Cascais

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A Procuradoria-Geral da República confirmou esta segunda-feira a realização de diligências de investigação no Hospital de Cascais no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Sintra.

“Confirma-se a realização de diligências no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do DIAP de Sintra”, informou à agência Lusa a PGR a propósito de informação de que tinham sido efetuadas buscas no Hospital de Cascais, relacionadas com as recentes denúncias sobre a adulteração de dados nas urgências daquele hospital.

A informação sobre a realização de buscas ao Hospital de Cascais foi esta segunda-feira avançada pela SIC Notícias, que refere ter havido também buscas da PJ na sede do grupo Lusíadas. Em 15 de maio foi tornado público que o Ministério Público (MP) abriu um inquérito para apurar denúncias que apontam para dados falseados no Hospital de Cascais.

O Hospital de Cascais anunciou entretanto que está “a cooperar totalmente com a Inspeção-Geral das Atividade em Saúde (IGAS) e com a Polícia Judiciária”.

“O Hospital de Cascais sempre se empenhou em prestar aos seus utentes cuidados de saúde de elevada qualidade e em servir a comunidade com a máxima integridade. Encaramos estas alegações de forma muito séria e estamos ativamente a investigá-las, bem como estamos a cooperar totalmente com a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e com a Polícia Judiciária”, refere um comunicado do hospital em resposta à Lusa.

A iniciativa surgiu na sequência de uma reportagem emitida pela SIC em que atuais e antigos funcionários denunciam casos de falseamento de dados em ficheiros de doentes e alterações no sistema da triagem na urgência para aumentar as receitas que são pagas à parceria público-privada. Um dia antes, também o Ministério da Saúde tinha determinado à Administração Regional de Saúde a abertura de um processo de inspeção para esclarecer as denúncias envolvendo o Hospital de Cascais.

Relatos de antigos e atuais funcionários recolhidos no âmbito da reportagem denunciam que eram impelidos a aligeirar sintomas ou o caso do doente, de forma a que os algoritmos da triagem de Manchester dessem uma cor de pulseira verde em vez de amarela, por exemplo, para que os tempos máximos de espera não fossem ultrapassados. O incumprimento dos tempos de espera faz o hospital incorrer em penalizações financeiras.

O Grupo Lusíadas, que gere o Hospital de Cascais, negou o envolvimento da administração do Hospital em qualquer das situações relatadas, mas indicou que será feita uma análise, indicando que, a ter havido alguma das questões suscitadas, se deveria a comportamentos individuais de profissionais

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Claro que a Administração tem razão.
    Foram os funcionários individualmente que adulteraram milhares de episodios de urgencia. São eles que recebem os milhoes da parceria publico-privada.
    E claro que foram os próprios a auto-incriminar-se na investigação da SIC. Alem de serem uns ladroes, tem uma ética a toda a prova.

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