Pinturas escondidas são “máquina do tempo” para passado grotesco de mansão

Obras de restauração em Calverley Old Hall, uma mansão medieval em Yorkshire, Inglaterra, revelaram três paredes inteiras cobertas com pinturas baseadas na villa do imperador romano Nero.

Pássaros míticos, grifos a rugir e pequenos corpos de homens sentados em vasos são alguns dos detalhes destas pinturas. Estas pinturas eram frequentemente pintadas e destruídas, mas neste caso foram preservadas ao serem cobertas com gesso, escreve o jornal britânico The Guardian.

A responsável pela descoberta, Anna Keay, explicou a importância e a raridade desta descoberta num comunicado publicado no The Landmark Trust, uma instituição de caridade britânica para conservação de edifícios.

“Pinturas de parede eram apreciadas em grandes casas Tudor e, de tempo em tempo, manchas delas eram reveladas. Mas nunca, nos meus 27 anos de trabalho em edifícios históricos, testemunhei uma descoberta como esta. Painéis ocultos, sim, pequenos fragmentos de pintura decorativa, uma ou duas vezes. Mas toda uma câmara pintada totalmente perdida na memória, uma máquina do tempo para a era da Reforma e da Rainha Virgem, nunca”, descreveu.

A “Rainha Virgem” a que Keay se refere é a rainha Isabel I, que governou Inglaterra entre 1558 e 1603. Foi no seu reinado, explica o Ancient-Origins, que a igreja protestante inglesa foi estabelecida, gradualmente evoluindo para a Igreja da Inglaterra.

A parte mais antiga de Calverley Old Hall data do século XII, quando uma família chamada Scot construiu uma pequena casa de pedra no local. No século seguinte, o edifício foi-se tornando maior e a família mudou o seu nome para Calverley.

“Do chão ao teto, de parede a parede, uma câmara Tudor completa e altamente decorada, com tons de preto, vermelho, branco e ocre. Criaturas míticas e vinhas entrelaçadas, colunas clássicas e grifos a rugir”, conta Keay.

Normalmente associamos a arte ao ideal de beleza, mas esta regra nem sempre é cumprida. A arte pode expressar algo triste ou até mesmo perturbador. É o caso das pinturas encontradas no edifício em Yorkshire, que têm características grotescas.

“A câmara inteira provavelmente estava originalmente coberta pelo esquema, um espaço rico, escuro e privado que deve ter sido ainda mais impressionante à luz das velas”, lê-se ainda no site do The Landmark Trust.

ZAP //

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